Levantamento apontou locais com grau de risco nos municípios cortados pela BR-101
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgou os resultados da mais nova edição do Projeto Mapear, revelando 1.333 pontos com algum grau de risco para exploração sexual de crianças e adolescentes nas BRs catarinenses. Cinco cidades da região, cortadas pela BR-101, aparecem na pesquisa apresentando mais de 100 pontos críticos.
O trabalho, realizado nacionalmente desde 2003, identifica locais considerados vulneráveis à exploração sexual de menores nas rodovias federais. Segundo os dados divulgados nesta semana, Tubarão apresenta 43 pontos. São eles: postos de combustíveis, comércios formais, pontos de alimentação, borracharia, pontos de hospedagem e um prostíbulo.
A Cidade Azul aparece na quinta colocação em todo o estado, ficando atrás de Santa Cecília (também com 43 pontos), Rio Negrinho (49), Mafra (52) e Lages (114).
Além de Tubarão, os dados mostram que outras cidades da Amurel também apresentam locais de risco para a exploração infantil próximos da BR, como Imbituba (26 pontos), Sangão (21 pontos), Laguna (10 pontos) e Jaguaruna (oito pontos).
O levantamento considerou todas as regiões do estado e utilizou metodologia que cruza entrevistas com profissionais do transporte, comerciantes locais, moradores e dados de inteligência policial, além de ferramentas de georreferenciamento, garantindo maior precisão.
A BR-101 catarinense concentra 418 pontos de vulnerabilidade, seguida pela BR-282, com 327, pela BR-280, com 200, e pela BR-470, com 113. Segundo a PRF, essas rodovias são corredores logísticos estratégicos para o escoamento de cargas e conectam polos industriais, portuários e agrícolas. “A presença de infraestrutura de apoio ao transporte rodoviário, como postos de combustíveis, restaurantes e locais de descanso, contribui para a ocorrência de pontos vulneráveis”, afirma o órgão.
Maior probabilidade
O Projeto Mapear, da PRF, é um levantamento bienal de risco, e não um mapeamento de casos confirmados. Os pontos identificados representam locais com maior probabilidade de ocorrência de exploração sexual de crianças e adolescentes, segundo critérios técnicos previamente estabelecidos, informa a PRF.
A classificação do risco leva em conta a circulação de pessoas, as características socioeconômicas da região, a presença de infraestrutura de parada para caminhoneiros e outros fatores considerados “vulnerabilizadores”.
“Assim, a existência de um ponto no mapa não significa, necessariamente, que ali haja exploração sexual em curso, mas sim que o local demanda atenção e ações preventivas prioritárias”, explica a polícia.
Como denunciar
Santa Catarina ocupa a terceira posição entre as unidades da Federação, atrás de Minas Gerais (3.581) e Piauí (2.496). Casos de exploração sexual de crianças e adolescentes podem ser denunciados pelo telefone de emergência 191 da PRF, pelo Disque 100 ou por meio do novo portal do Projeto Mapear, disponível no site da Polícia Rodoviária Federal. Todas as denúncias são anônimas, interrompem ciclos de violência e garantem proteção às vítimas.