Um sismógrafo, aparelho que detecta os movimentos do solo, perdido há quase oito meses, foi recuperado na praia da Figueirinha, em Jaguaruna. O equipamento, que até então era um “objeto não identificado”, foi encontrado pelo surfista de Laguna João Alberto Schmitz Filho, o Baiuka, no dia 2.
João conta que ficou intrigado com a função da peça e resolveu gravar um vídeo, que foi divulgado nas redes sociais. A postagem gerou repercussão e acabou chegando até a equipe responsável. “De longe eu avistei uma peça brilhando à beira-mar. Achei que pudesse ser uma caixa preta de avião, por ser laranja”, diz João.
O objeto encontrado pelo surfista se trata de um dos sismógrafos de um projeto da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com o Observatório Nacional. Ele viajou do Rio de Janeiro até Jaguaruna. A suspeita é que condições extremas no mar possam ter deslocado o equipamento entre a orla dos dois estados.
O artefato foi lançado em alto-mar a mais de mil metros de profundidade. O equipamento era usado por pesquisadores que estudam o fundo do oceano Atlântico. Ele foi lançado em alto-mar no Rio de Janeiro, em 2019, e desde julho do ano passado não foi mais localizado.
Peças como essa são importadas e as novas custam em torno US$ 280 mil.
Segundo o oceanógrafo, Ricardo Franco, que foi até Laguna buscar o sismógrafo na casa do surfista, em agosto de 2020 os pesquisadores foram até o local onde o equipamento deveria estar para retirá-lo da água e coletar as informações, mas ele não emergiu na superfície. A hipótese é de que tenha ficado preso na lama ou que o sensor não tenha funcionado.