29 DE JUNHO DE 2024
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Sulivan e Maique celebram união após oito anos juntos

Os noivos se casaram em uma cerimônia emocionante no fim de semana

27/06/2024 06:00|Por Tatiana Dornelles / redacao@diariodosul.com.br

Mesmo diante das diversas dificuldades e preconceitos, o amor entre Sulivan Vieira da Conceição e Maique Turossi venceu e foi celebrado. Os dois moradores de Tubarão casaram no civil no último dia 19 e, no fim de semana, realizaram a cerimônia matrimonial com familiares e amigos em Treze de Maio.     

Juntos há oito anos, Sulivan e Maique se conheceram por terem amizades em comum e, depois de algum tempo, resolveram oficializar a união. “Era um dia normal e estávamos comendo pizza, como de costume, e veio a pergunta: “vamos casar?”. Ali já escolhemos a data e o ano”, relata Sulivan.

 

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No início, logo que se conheceram, Sulivan tinha receio, principalmente em relação à aceitação da família. “Quando nos conhecemos, Maique já era assumido, eu não. Tive medo da rejeição familiar, contudo, foi tudo diferente do que eu imaginava. Minha família e amigos nos deram total apoio”, conta.

Segundo Sulivan, quando teve a certeza de que poderia confiar em Maique, ele resolveu conversar com a mãe sobre ser homossexual. “No começo, ela teve aquele receio, mas sempre me deu apoio e respeitou. Acredito que não é que muitos pais não aceitem, eles têm medo do que pode acontecer com os filhos na rua, com pessoas que destilam ódio sem necessidade”, afirma.

Barreiras

Quanto ao preconceito, Sulivan diz saber que a caminhada é complicada. “Hater? Temos e sempre vamos ter. Precisamos erguer a cabeça e sermos fortes. Muita gente se dá ao trabalho de abrir as fotos e destilar ódio. No entanto, sabemos que juntos vamos enfrentar essa barreira e celebrar o amor. A família é nosso alicerce”, ressalta. 

Para ele, o registro da união perante a lei foi gratificante e a cerimônia, emocionante. “É um sentimento único comemorar ao lado de pessoas que nos respeitam. Poucos não choraram no casamento. Foi lindo e emocionante mostrar nossa essência a todos que estavam presentes”.  

Luta diária

A luta para vencer o preconceito, diz Sulivan, é diária e incessante. “Hoje em dia recebemos o mínimo de uma parte da sociedade, que é o respeito. É um caminho difícil, mas esperamos que nossa união seja inspiração para muitos que sonham viver o que hoje vivemos. Como mencionamos em nossos votos: ‘quando o mundo entender e respeitar nossa forma de amar, quem sabe, teremos um mundo um pouco melhor’”.

Casamentos homoafetivos tiveram aumento

O número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo realizados em cartórios de registro civil em 2022 cresceu 19,8% em relação a 2021. Com 11 mil registros, esse foi o número mais alto desde 2013, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) impediu que cartórios se recusassem a celebrar esse tipo de união.

Os dados são das Estatísticas do Registro Civil, divulgados neste ano, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A maioria dos casamentos de pessoas do mesmo sexo ocorreu entre cônjuges femininos (60,2%).

Apesar do crescimento, o casamento civil de pessoas do mesmo sexo representou apenas 1,1% do total de 970 mil dos casamentos anotados no país em 2022, um aumento de 4% em relação a 2021.

O número total de casamentos no país apresentou tendência de queda de 2015 a 2020, com a menor quantidade de registros em 2020, devido à pandemia de covid-19. Mas, mesmo com os crescimentos em 2021 e 2022, a pesquisadora do IBGE Klívia Brayner ressalta que os números ainda não superaram a média dos cinco anos antes da pandemia (2015 a 2019). 

“No período anterior à pandemia, a gente tinha uma média de mais de 1 milhão de casamentos. Em 2022, a gente não conseguiu atingir esse número”, afirma Klívia.

O IBGE também percebeu que tem havido aumento na idade dos cônjuges. Em 2000, apenas 6,3% das mulheres que se casaram tinham 40 anos ou mais, percentual que passou para 24,1% em 2022. Entre os homens, o número subiu de 10,2% para 30,4% no mesmo período. 

“As mulheres estão casando [com idade] em torno de 29 anos e os homens, em torno de 31. E os casamentos em que um dos cônjuges é divorciado ou viúvo já representam 30% dos casamentos civis realizados”, destaca a pesquisadora.

Divórcios 

Foram contabilizados, em 2022, 420 mil divórcios concedidos em primeira instância ou realizados por escrituras extrajudiciais, ou seja, 8,6% a mais do que em 2021 (386,8 mil). Em média, os homens se divorciaram em idades mais avançadas (44 anos) que as mulheres (41).

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