Celebrações e procissão marcam o Tríduo Pascal, que começa nesta quinta-feira
Nestes próximos dias, é celebrado o Tríduo Pascal, que, para os cristãos, é o centro da fé. “São as festas mais importantes do mundo cristão, porque celebramos o fundamento da nossa crença, da nossa esperança e de tudo o que professamos: a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo”, ressalta padre Eduardo Rocha, pároco da Catedral Diocesana de Tubarão.
Como disse São Paulo: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé.” É por isso que a Páscoa é mais importante até do que o Natal, segundo o padre. “São dias em que os cristãos são chamados a participar intensamente da vida da Igreja, acompanhando os ritos que revelam o coração da nossa fé”, pontua.
O Tríduo começa nessa quinta-feira à noite, com a Missa do Lava-Pés, às 19h30, na Catedral. Essa celebração marca o início da Paixão do Senhor. “Recordamos a Última Ceia, quando Jesus lavou os pés dos discípulos, instituiu a Eucaristia e revelou o mandamento do amor.
Também é nessa noite que se consuma a traição de Judas. Após o jantar, Jesus segue para o Getsêmani e ali é preso. É o começo do caminho da cruz”, conta.
Na Sexta-Feira Santa, é o único dia do ano sem missa, explica padre Eduardo. Às 15h, horário tradicional da morte de Jesus, a Igreja se reúne para uma ação litúrgica solene.
“Lemos as Escrituras, escutamos as profecias e contemplamos o mistério da cruz: o Filho de Deus entregando a vida por amor à humanidade. É uma celebração forte, que toca profundamente o coração de quem participa”, diz.
Na sexta-feira, às 19h30, acontece a Procissão do Senhor Morto e de Nossa Senhora das Dores, a mais intensa e comovente da cidade. Uma multidão acompanha as imagens pelas ruas, numa caminhada silenciosa e luminosa.
Ao retornar para a Catedral, haverá o Sermão do Descendimento da Cruz, “um momento de reflexão sobre a cena que lembra o sepultamento de Jesus”.
O Sábado Santo é um dia de silêncio, de oração e de esperança. Às 19h30, é celebrada a Vigília Pascal, com a bênção do Fogo Novo e a proclamação da Páscoa. É a missa mais rica em símbolos e significados. “É a noite da ressurreição. E neste ano, com grande alegria, teremos também o batismo de adultos que estão concluindo o caminho de conversão e abraçando a fé católica”, revela.
Celebração de domingo revela uma vida nova
O domingo, enfim, é o Domingo da Ressurreição. Os Evangelhos contam que, no primeiro dia da semana, Jesus venceu a morte e deixou o sepulcro vazio. É o dia da vida nova. “E, num tempo como o nosso — marcado por guerras, crises, desrespeito à vida e à criação —, celebrar a ressurreição é afirmar que Deus continua tendo a última palavra. E a sua palavra é vida, é esperança, é redenção”, reforça o padre Eduardo Rocha.
Por isso, mais do que uma data no calendário, a Páscoa é um anúncio que atravessa os tempos: a vida não está perdida, a dor não é o fim, e ninguém está definitivamente condenado ao fracasso ou ao desespero.
“O sepulcro vazio é um grito contra a desesperança e uma promessa para os que sofrem. É um chamado à reconstrução da vida, mesmo quando tudo parece em ruínas. Celebrar a Páscoa é reacender a confiança de que, mesmo nas noites mais longas, a luz de Deus não se apaga — e que por mais pesada que seja a cruz, a ressurreição é sempre possível”, ensina.