Foi em Capivari de Baixo que os primeiros watts gerados a partir do carvão mineral deram início a uma bela trajetória
De uma usina inaugurada nos anos 1960 a um dos maiores polos termelétricos da América Latina, o Complexo Jorge Lacerda atravessou fases, privatização e renovações tecnológicas.
Há seis décadas, o sul de Santa Catarina viveu um marco que mudaria sua história econômica e social: a entrada em operação do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda.
Foi em Capivari de Baixo que os primeiros watts gerados a partir do carvão mineral, abundante na região, deram início a uma trajetória que até hoje sustenta o desenvolvimento energético do estado e do país.
O ponto de partida é em 1957, quando a Sociedade Termelétrica de Capivari (Sotelca) foi criada por lei, autorizada pelo então presidente Juscelino Kubitschek. A usina nasceu com a missão de transformar o potencial do carvão em eletricidade para atender à crescente demanda do Brasil em plena era de industrialização. Em sua inauguração oficial, recebeu o nome de Jorge Lacerda, em homenagem ao ex-governador de Santa Catarina.
Com o aumento do consumo energético, vieram também os planos de expansão. Em 1976, foram inauguradas as unidades 3 e 4. Na mesma década, entrou em operação a Unidade Termelétrica B, praticamente dobrando a produção em menos de dez anos.
Pioneira
Inovadoras para a época, essas unidades foram equipadas com precipitadores eletrostáticos, tecnologia pioneira que reduziu o impacto ambiental da geração a carvão, reforçando o compromisso do Complexo com práticas mais sustentáveis.
Poucos anos depois, a chegada das unidades 5 e 6 transformou o local no maior complexo termelétrico da América Latina.
O crescimento seguiu com a construção da unidade 7, em um contexto desafiador para o país. Entre 1983 e 1997, mudanças de governo, crises econômicas e o fim de subsídios retardaram o ritmo das obras. Ainda assim, a Unidade C foi concluída e inaugurada em 1997 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, elevando a potência total do Complexo para 740 MW.
No fim da década de 1990, o Complexo passou por mais uma transformação. A gestão foi transferida da Eletrosul para a Gerasul e, em seguida, para a Tractebel, em 1998. A privatização trouxe avanços na eficiência operacional, segurança e sustentabilidade. Foi também nesse período que surgiram os primeiros projetos de recuperação ambiental, marcando uma virada no modo como o carvão passou a ser explorado: com mais responsabilidade técnica e menos impactos negativos.
Era Diamante traz compromisso e projeções
Desde 2021, o Complexo Jorge Lacerda está sob a gestão da Diamante Geração de Energia, que assumiu o compromisso de preservar a história e, ao mesmo tempo, projetar o futuro. De olho na Transição Energética Justa e na segurança energética, a Diamante já investe em novos projetos, incluindo iniciativas em gás natural e outras fontes alternativas. Ao mesmo tempo, reforça o compromisso com a comunidade regional. De 2021 até aqui, a companhia já destinou R$ 20 milhões em responsabilidade social e cultura, por meio de leis de incentivo, impactando mais de 60 mil pessoas em municípios como Capivari de Baixo, Tubarão e Criciúma.