Tubaronenses Geovan Guimarães e Jéssica Mendes participaram de pesquisa
Dois pesquisadores de Tubarão, que integram o Grupep (Grupo de Pesquisa em Educação Patrimonial e Arqueologia), da UniSul, tiveram uma de suas pesquisas arqueológicas - desenvolvida em colaboração com pesquisadores internacionais e nacionais - publicada em uma revista internacional, a Plos One.
Geovan Guimarães e Jéssica Mendes Cardoso são tubaronenses e participaram da pesquisa inovadora sobre sambaquis e novas pistas sobre ancestralidade no litoral brasileiro.
“Esta pesquisa inovadora, publicada na Plos One, desafia as teorias anteriores sobre a ocupação do litoral sul brasileiro, revelando novas perspectivas sobre a coexistência e as práticas culturais dos povos construtores de sambaquis. O estudo destaca a importância da colaboração entre pesquisadores e instituições do Brasil, Estados Unidos, Bélgica e França, abrindo novas vias para a compreensão da história humana na região”, explica Geovan.
A tubaronense Jéssica Mendes Cardoso cresceu conhecendo sambaquis do litoral catarinense sem saber do que se tratavam. Foi somente na faculdade de ciências biológicas que entendeu a dimensão desses sítios arqueológicos. Esse interesse a levou a trabalhar com educação patrimonial, ensinando a população sobre a importância da preservação dos sambaquis. Hoje ela é pesquisadora do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP, da Universidade de Toulouse, na França, e da Universidade do Sul de Santa Catarina (UniSul), instituição responsável pela guarda do material da Galheta IV.
O foco dos estudos de Jéssica tem sido justamente o sítio arqueológico Galheta IV, em Laguna. Esse sambaqui é especialmente rico para os arqueólogos porque nele foram encontradas evidências tanto da cultura sambaquieira, que dominou a costa por milhares de anos, quanto dos grupos proto-Jê, do interior. Alguns desses grupos proto-Jê ocupavam o planalto e a encosta catarinenses, onde hoje fica o município de Urubici, muito próximo de onde fica Galheta IV.
Sítios arqueólogicos
O artigo do qual Jéssica e Geovan são autores destrinchou a mobilidade, a cultura material, a dieta e as evidências genéticas do sítio arqueológico.
Essa migração dos povos Jê vindos do interior é investigada desde a década de 1960, pois teria afetado todas as sociedades que viviam no litoral da região Sul. No entanto, a ideia de que o contato dos sambaquis se deu diretamente com as populações do planalto começou a ser questionada nas últimas décadas.
“O sítio de Galheta IV é muito importante para a gente poder responder como se deu essa transformação nas evidências materiais na paisagem”, diz Jéssica.