Antes mesmo de deflagrada a campanha municipal neste ano de 2024, o então pré-candidato a vereador pelo PL, professor Jó Kruger, que havia sido derrotado como candidato a vice-prefeito nas eleições de 2020, vinha sendo um dos mais vorazes críticos da atual administração do PSD, que fica no comando da cidade até semana que vem, e, principalmente, aos gestores anteriores, Joares Ponticelli e Caio Tokarski, que, nas entrelinhas das manifestações do professor e seus seguidores nas redes sociais, teriam se transformado no “lixo” da política de nossa cidade em decorrência das acusações lhes imputadas por uma delação premiada acatada no seio da Operação Mensageiro.
Os contratos do lixo
Deixando de lado a analogia existente entre o verdadeiro lixo e o lado sujo das ações políticas, que parece ter sido o grande alvo da campanha moralizadora do professor Jó e seus seguidores, aqui fica o registro de que não foram poucas as vezes que se ouviu como discurso na campanha do PL – mas sejamos justos porque isso não partiu só do professor - que a vitória de Estêner Soratto serviria para que fosse aberta a “caixa-preta” dos contratos sujos que existiam, e que, sendo revelados, enterrariam de vez a história política do ex-prefeito e do ex-vice.
Os contratos são mesmo sujos?
Nem os constantes alertas por parte da prefeitura de que tanto o Tribunal de Contas, como Delegacias de Combate à Corrupção e Ministério Público, não haviam encontrado, apesar das várias perícias e minuciosa investigação, nenhuma irregularidade nestes contratos que envolviam o lixo, principalmente os celebrados com a antiga Serrana, hoje Versa - o que por uma consciência lógica sempre me fez duvidar da veracidade das acusações feitas pelo delator contra Joares e Caio - foram suficientes para arrefecer as acusações dos liberais na última campanha.
O movimento desmoralizador
Foi um tal de: “contratos sujos”, “acabar com a sujeira”, “redução de custos”, “abaixar as taxas de lixo e esgoto”, e por aí vai. Alguns mais afoitos ameaçavam: “Vamos varrer esta quadrilha lá de dentro”. Repito: essas afirmações não vinham só do candidato Jó Kruger ou do seu staff de campanha, mas o pessoal dele foi, sim, o maior porta-voz deste movimento desmoralizador que tomou conta de parte da campanha eleitoral em Tubarão.
O momento da verdade
Pois então. A campanha se foi. Soratto e Denis obtiveram uma vitória gigantesca e, pela elasticidade dos percentuais, nem creio que as acusações aos antigos gestores, Joares e Caio, tiveram influência maior no resultado. Soratto ganharia de qualquer jeito. Eles, todavia, existem, são humanos, têm famílias, sofrem calados e, como se declaram inocentes, aguardam com resiliência uma definição da Justiça. Por coincidência, ou não, Jó Kruger vai assumir a Secretaria de Serviços Públicos, a mesma que celebra os contratos do lixo. Neste caso, acho que ele, fundamentalmente ele, tem um compromisso com a verdade. Muitos querem saber o que vai encontrar nos anais daquela pasta.