Ao perceber o talento e a falta de reconhecimento de artistas da região, Guilherme Reynaldo e Dijjy Samsa não se calaram. A dupla, nascida em Jaguaruna e Gravatal, respectivamente, através da vontade de dar espaço criativo para a arte e talentos, fez nascer o projeto Coletivo Umaré. A produtora cultural, semanalmente, divulga o trabalho desses artistas através das redes sociais e plataformas digitais.
O Coletivo Umaré promove no Instagram e no YouTube, semanalmente, três conteúdos. Nas segundas-feiras, transitam duas produções audiovisuais. Realizados nos becos e ruas catarinenses, os vídeo-performances da seção “Beco” abordam temas marginais, em que o artista dialoga com o social por meio da identidade do corpo e da poesia.
“Nós somos um alento às necessidades visuais, mas também um mergulho na verdade crua, que nem sempre é fácil de ser digerida”, destaca Guilherme, que é diretor de vídeo e fotografia do projeto.
Das ruelas para cenários tropicais, a seção “Seis e Meia” contempla músicas autorais, de artistas regionais, como os tubaronenses Guilherme Simon, Bruno Bitencourt e o lagunense Raul Silter. “Ela é feita com a organicidade de uma apresentação ao vivo. Nós capturamos a atmosfera daquele momento, que desenha a identidade de cada músico”, descreve Dijji.
Nas sextas-feiras, “Trova Livre” traz à tona textos políticos, filosóficos, marginais e poéticos. “A intenção desta série é o tráfico e tráfego de ideias, um contrabando de versos, que nos fazem pensar caminhos alternativos de mudar o mundo e a nossa forma de pensá-lo”, conta Gui.
Por fim, nas quartas-feiras, a seção “Recortes” vem em um embalo parecido, de valorização dos trechos reflexivos de obras artísticas que merecem mais visibilidade. Nela, tem-se indicações de filmes, documentários, passagens de livros, dicas de exposições. Tudo de forma gratuita e fácil acesso à população. Como o documentário Tropicália (2012), de Marcelo Machado, disponível no YouTube.
Trabalho nasceu em apresentação em Laguna
O nome Umaré foi sendo trabalhado e desenvolvido pouco a pouco. Depois de elencar várias ideias para intitular o projeto, chegou-se em Umaré que, segundo Gui e Dijjy, abrem margem para duas interpretações que falam sobre amor e movimento. O projeto deu o start em outubro de 2019, através dos versos recitados pelo poeta Pedro Bomba. Na noite daquela quarta-feira, após assistir ao espetáculo do artista no Cine Teatro Mussi, em Laguna, Dijjy e Gui o convidaram para gravar uma intervenção poética autoral. Para quem quiser acessar o projeto, ele está disponível no Instagram através @umarecultural e no YouTube, com o mesmo nome.
Kamila Melo - Especial para o DS