Caminhoneiros autônomos programam movimento hoje em todo o país
Um grupo de caminhoneiros autônomos está programando paralisação geral para esta quinta-feira (4) em todo o país. Segundo os organizadores, o movimento visa pressionar por melhores condições de trabalho, reestruturação do marco regulatório do transporte de cargas, estabilidade contratual e aposentadoria especial para quem comprovar 25 anos de atividade. Eles afirmam que a greve será realizada de forma legal e organizada.
A Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina (Fetrancesc), que representa 13 sindicatos em Santa Catarina, afirma que entende o movimento dos caminhoneiros por melhores condições de trabalho, reconhecendo o papel essencial dos profissionais para o desenvolvimento do país e para o funcionamento de toda a cadeia logística nacional.
No entanto, acredita que a paralisação das atividades — especialmente em um setor tão estratégico quanto o transporte rodoviário de cargas — causa impactos significativos à economia, à sociedade e às próprias empresas do setor.
“Greves e bloqueios podem comprometer o abastecimento, gerar prejuízos irreversíveis e afetar milhões de brasileiros que dependem desse fluxo contínuo para trabalhar, produzir e viver”, pontua.
Momento
Para o presidente do Setram (Sindicato das Empresas de Logística e Transportes de Cargas da Amurel), Norberto Mendes Koch, “os autônomos têm direito de fazerem greve. Mas o que não pode acontecer é interromper o trânsito de quem está querendo rodar. Acredito que as experiências do passado falam por si só. O pessoal está mais amadurecido e, com certeza, quem for fazer paralisação deve fazer de forma ordeira. Mas nós do TRC (Transporte Rodoviário de Cargas) não apoiamos e nem aderimos à paralisação.”
O empresário Marcelo Orlandi, da Arlete Transportes e Logística, diz que, particularmente, não vê ser o momento e nem a época de realizar essa paralisação. “A princípio não temos uma razão forte para que isso ocorra e, caso houvesse, a categoria, antes de tudo, estaria tentando um acordo com o Governo Federal. Estamos em época de final de ano, onde a demanda do setor está a todo vapor, e a iminência de uma greve iria refletir muito forte em nossa economia”, afirma.
Nacional
Entidades tradicionais da categoria em nível nacional também argumentam que não houve convocação formal coletiva e negam participação institucional. A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que reúne nove federações e 104 sindicatos, e a Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens) afirmaram que não têm conhecimento de paralisação oficial e classificam como individuais os convites que circulam em redes sociais.