A Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla é celebrada anualmente, de 21 a 28 de agosto
O susto e o medo foram substituídos pelo instinto maternal. “Eu já sabia que ele poderia ter a síndrome de Down, e quando nasceu, mesmo eu só descobrindo após o parto, meu coração já estava preparado para lidar com esta situação”. Assim a professora Simone Pereira Silveira Marques, 48 anos, fala do seu terceiro filho, o caçula João, de três anos de idade.
Na semana que busca conscientizar a sociedade sobre as necessidades específicas das pessoas com deficiências intelectuais e múltiplas, e para combater o preconceito e a discriminação, Simone afirma que seu maior sonho é que seu filho e tantas outras crianças consideradas atípicas encontrem um mundo com mais inclusão, mais conscientização, mais oportunidades e menos preconceito.
“Claro que preciso admitir que muito já está sendo feito e já melhorou bastante a situação, mas é preciso mais, porque as oportunidades ainda são poucas”, pontua.
Simone conta que até hoje não encontrou obstáculos na criação de João. “Para mim, está sendo a mesma forma como criei meus dois filhos mais velhos, com a mesma preocupação, cuidados, atenção e amor. Para ser sincera, o que deu mais preocupação foi a parte imunológica dele, que é um pouco mais frágil, mas que vem se fortalecendo ao longo do tempo”, conta.
A professora diz que a gravidez não foi planejada, mas foi muito desejada. “Tenho uma filha de 30 anos e um filho de 22. Inclusive eu e minha filha ficamos grávidas ao mesmo tempo. Como já tinha 45 anos quando engravidei, já sabia dos riscos, e já estava preparada, mesmo descobrindo apenas na hora do parto. Quando olhei pro João, mesmo os médicos ainda não me dando o diagnóstico, eu já vi pelos olhinhos puxados, diferentes dos meus outros filhos, que ele tinha Down. Não me assustei, não fiquei triste, pelo contrário. Só me trouxe felicidade e eu que ainda tranquilizava as pessoas em relação a esta nova etapa”, lembra.
Dia a dia
Hoje, Simone diz que João frequenta a creche regular e também a Apae, além de fazer todas as terapias necessárias para seu desenvolvimento físico e cognitivo.
“Sei que ainda terão desafios, mas qual mãe não tem, não é mesmo? Como professora, já estava até preparada para lidar com tudo o que me esperava. E o que me esperava era só alegria e amor. O que vier, a gente vai vencendo, passo a passo”, se emociona.