O desafio de conciliar duas profissões

No Dia do Trabalhador, celebrado neste 1º de maio, é oportuno reconhecer os esforços daqueles que, com dedicação, dividem-se entre diferentes áreas de atuação. É o caso da advogada e professora Talita da Rosa Izidoro, de Tubarão, que construiu sua trajetória entre duas vocações distintas: o Direito e a Educação. 

Segundo Talita, desde cedo, sua mãe, que é professora, foi fonte de inspiração para que escolhesse seguir o caminho do magistério. “Ela me mostrou a importância de transformar vidas por meio do conhecimento”, relembra. 

Ao mesmo tempo, ressalta Talita, o Direito chamou a atenção pela capacidade de promover justiça e mudar realidades sociais. Assim, diz ela, a união dessas duas áreas foi um caminho natural. “Vi que poderia atuar de forma ampla, tanto na defesa de direitos quanto na formação de cidadãos”, diz.

De acordo com ela, as duas profissões impõem desafios significativos por conta da rotina intensa, principalmente no que se refere à gestão do tempo. “Conciliar as duas funções requer organização rigorosa e apoio familiar. O maior desafio é a gestão do tempo. Às vezes, é difícil lidar com a carga emocional de ambos os trabalhos, já que, como advogada, lido com questões delicadas e, como professora, preciso estar sempre atenta ao desenvolvimento dos alunos”, revela. 

Para a professora e advogada, a convivência com as duas profissões trouxe aprendizados que se complementam. “O Direito me ensinou a ser analítica e a argumentar com clareza, habilidades que são extremamente úteis na Educação, especialmente na hora de planejar aulas ou orientações. Por outro lado, o papel de professora me ensinou a ser paciente e a adaptar minha comunicação para diferentes públicos, o que facilita muito no momento de me relacionar com clientes no escritório. Ambas as profissões exigem empatia, escuta ativa e a capacidade de entender as necessidades dos outros”, explica.

Rotina intensa 

Mesmo com a rotina intensa, Talita nunca pensou em abandonar uma das carreiras. “O Direito me proporciona uma visão crítica e técnica sobre a sociedade, enquanto a Educação me conecta com o potencial humano e me motiva a continuar lutando por um futuro mais justo. Por enquanto, sinto que posso equilibrá-las e não tenho planos de abrir mão de nenhuma. Exercer múltiplas funções me faz valorizar ainda mais o tempo e a energia dedicados a cada papel”.

Falta valorização por parte da sociedade

No entanto, Talita reconhece que a sociedade ainda precisa evoluir na valorização de quem se desdobra, todos os dias, em mais de uma função. “Muitas vezes, quem exerce múltiplas funções não recebe o devido reconhecimento, seja pela carga de trabalho ou pela complexidade das tarefas envolvidas”. Para quem pensa em se reinventar profissionalmente, o conselho de Talita é claro: “Planeje, mas seja flexível. A transição para uma segunda carreira exige dedicação, estudo e organização, mas, principalmente, paciência consigo mesmo”, acrescenta Talita.