O tubaronense será, dia 17, o escritor mais velho em atividade no mundo, aos 102 anos e com o 20º livro publicado
O tubaronense Lindomar Cardoso Tournier, de 102 anos, vai se tornar o escritor mais velho em atividade no mundo ao lançar no dia 17, às 19h, no Museu Willy Zumblick, seu vigésimo livro, “Consanguíneos”.
O evento marcará um momento histórico, consolidando o escritor como o homem mais idoso do mundo a escrever e publicar uma obra literária.
Lindomar Tournier é membro fundador da Academia Tubaronense de Letras (Acatul), com a cadeira número 14, e quebra um recorde já estabelecido por ele, quando publicou seu livro “A Carta”, aos 100 anos.
Com o lançamento de “Consanguíneos”, no dia 17, escrito com 102 anos e 158 dias, e publicado quando ele tiver 102 anos e 204 dias, ele ultrapassa a marca de outros escritores notáveis em idade avançada.
Lucidez
Usar a palavra lucidez para descrever como está Lindomar Tournier aos 102 anos é muito pouco. Com uma conversa calma, muitas histórias de vida, uma memória impecável e ensinamentos que repassa com carinho, ele vive há quase 70 anos em Tubarão, onde formou sua família completa e cultivou muitos amigos.
A vitalidade de Lindomar Tournier também está atrelada, segundo ele mesmo afirma, à leitura e à escrita. Integrante da Academia Tubaronense de Letras, já escreveu 20 livros, sendo o mais recente este que será lançado no próximo dia 17. E ainda continua escrevendo. “Estou produzindo outros. A inspiração vem geralmente à noite, então eu já pego lápis e papel e escrevo o começo e o fim, e nos demais dias vou desdobrando a história”, revela.
Um tubaronense de alma e coração, com uma história de amor pela cidade
Lindomar Tournier nasceu em Lauro Müller. Casou com o grande amor de sua vida, Francisca, em 3 de novembro de 1944 (ela faleceu em 2022, após 78 anos de um casamento feliz), em Araranguá, onde ela morava e onde ele trabalhava na época. De lá, o casal se mudou para a terra natal de Lindomar, no Guatá, em Lauro Müller. Foi lá que nasceram os cinco primeiros filhos: Maria Helena, Vera Lúcia, José Roberto, Maria Inês e Elizabeth (que faleceu com apenas nove meses).
Em 1955, Lindomar veio com a esposa e os quatro filhos morar em Tubarão. “Buscávamos uma melhor qualidade de educação para nossos filhos. Pesquisamos várias cidades e foi por Tubarão que sentimos mais afinidade”, conta.
Em pouco tempo, o casal já estava estabelecido na Cidade Azul, onde nasceram os outros dois filhos, Antônio Carlos e Mariléa, e onde Lindomar abriu sua farmácia, a Santa Albertina, que funcionou até sua aposentadoria, aos 85 anos de idade. “A sociedade tubaronense nos recebeu de braços abertos”, se orgulha.