De acordo com a Fiesc, a diversidade da indústria garantiu crescimento neste ano
A Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina) projeta uma retomada mais consistente do crescimento econômico do estado a partir do segundo trimestre de 2026, caso a redução da taxa Selic se confirme. A avaliação é do presidente da entidade, Gilberto Seleme, que também aponta o aumento da renda — impulsionado pela nova faixa de isenção do Imposto de Renda — e a manutenção do mercado de trabalho aquecido como motores da atividade no próximo ano.
No cenário externo, Seleme destaca que um eventual acordo entre União Europeia e Mercosul pode elevar as exportações catarinenses ao bloco, reduzindo os efeitos do tarifaço. Ele ressalta ainda que a retomada do crescimento na Argentina e a ampliação das vendas para mercados menos tradicionais ajudaram a compensar a queda nos embarques aos Estados Unidos em 2025.
Apesar do fechamento de 2,9 mil vagas em outubro, a indústria catarinense mantém saldo positivo de 39,5 mil postos de trabalho no ano. “SC deve continuar crescendo e precisará contratar. A falta de trabalhadores qualificados seguirá sendo um desafio”, afirma Seleme.
Tarifaço
A alta dos juros, atualmente em 15% ao ano, e o tarifaço desaceleraram o ritmo da indústria em 2025. Segundo a Fiesc, a diversificação do parque industrial e o consumo das famílias evitaram perdas maiores. A produção industrial avançou 2,8% até outubro, impulsionada principalmente pelo setor de alimentos e pela retomada da economia argentina, que aumentou em 19,2% as compras de produtos catarinenses entre janeiro e novembro.
As exportações totais do estado cresceram 3,5% no período, apesar da queda nas vendas para os Estados Unidos (-14,1%) e para a China (-9,1%). Para a Fiesc, as medidas de controle da inflação tiveram o efeito esperado de desacelerar a economia, mas o ciclo de alta dos juros se prolongou devido à expansão dos gastos públicos.