Mesmo após curada, a covid-19 pode deixar sequelas no paciente, entre elas déficit de atenção e concentração, diminuição da memória (dificuldade para lembrar-se de coisas recentes), problemas com a compreensão e até mudanças comportamentais e emocionais, como ansiedade e depressão.
De acordo com o psicólogo e neuropsicólogo Gustavo de Lima, de Tubarão, novos estudos estão ocorrendo em várias partes do mundo e buscam entender como o vírus invade o sistema nervoso, o cérebro e os neurônios. “São estes os motivos que estão levando à perda de olfato e de paladar, cefaleias e a outras queixas neurológicas e intelectuais apontadas pelos pacientes que vêm buscando ajuda no consultório”, comenta.
“O que impressiona é que tais implicações estão presentes não somente em pacientes que tiveram casos graves de covid-19, mas também em pacientes assintomáticos”, avalia.
A resposta para isso, segundo Gustavo, pode estar na capacidade dos acometidos em responder ao vírus, seja pela sua condição física, mas também pela sua reserva cognitiva, “que pode ser entendida como a qualidade em que o cérebro foi estimulado para que realize conexões com maior eficiência”, explica.
Exercitar o cérebro é fundamental
Renata Albuquerque, diretora do Supera, em Tubarão, diz ainda que quanto mais forte, mais robusta você manter a atividade cerebral, mais protegido e resistente é o cérebro. “Quando falamos de cérebro, estamos considerando ainda outro conceito importante, o da capacidade que ele tem de se modificar de acordo com estímulos adequados. Este conceito sustenta a importância de exercitar o cérebro por toda a vida. Ou seja, estimulá-lo com atividades novas, variadas e cada vez mais desafiadoras”, explica. “A pandemia da covid-19 mostra a importância de manter a mente sempre saudável. Não há idade para começar a exercitar o seu cérebro e usufruir o melhor dele”, conclui Renata.