O ex-prefeito de Orleans, Marco Bertoncini, teve a condenação pela prática de improbidade administrativa confirmada pelo Tribunal de Justiça. Segundo denúncia do Ministério Público, em sua gestão (2013-2016), o Executivo se tornou uma ação entre amigos e parentes do mandatário, a ponto de nomear sua esposa, genro e irmã, além do irmão do vice-prefeito, para quatro dos sete cargos de secretário municipal existentes naquela prefeitura.
A sentença prolatada na 2ª Vara da comarca de Orleans, e agora mantida na íntegra pela 3ª Câmara de Direito Público do TJ, penalizou ainda outros seis servidores beneficiados pela prática do nepotismo. O ex-prefeito, pela decisão, terá de pagar multa civil de dez vezes o valor da remuneração que percebia no exercício do cargo, além de ter seus direitos políticos suspensos por três anos, enquanto os demais foram condenados a pagar multa civil de duas vezes o valor da maior remuneração auferida no período de incompatibilidade no serviço público.
Segundo os autos, um dos nomeados mais ecléticos, que passou por três pastas ao longo da gestão, possuía apenas o segundo grau e colecionava ações penais, com uma condenação por peculato. Este era o genro do prefeito. Outra dos beneficiados, sem formação na área ou experiência na gestão pública, ocupou a secretaria da Saúde, apesar de responder a diversas ações penais. Era a irmã do então chefe do Executivo. Ela e o genro do prefeito, aliás, chegaram a ser temporariamente afastados dos cargos por ocasião da Operação Colina Limpa, deflagrada pelo Gaeco, que resultou em nova denúncia por improbidade. A decisão pela condenação foi unânime.