Secretaria da Educação reforça que irá manter ensino nos três modelos já adotados
Após o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte) anunciar uma “greve sanitária” dos professores estaduais, o governo do Estado se manifestou e diz que a paralisação é ilegal. A decisão, segundo os educadores, é para que haja o retorno do ensino remoto até que todos estejam vacinados.
Segundo a Secretaria de Educação de Santa Catarina, a medida não respeita os requisitos. Além disso, a greve só seria considerada legítima, conforme o Estado, quando temporária, e o sindicato não teria estabelecido uma data. Além disso, a secretaria destaca que os professores exigem a vacinação de todos os membros da categoria profissional. “Algo que não é possível antever, porque ainda não há imunizantes disponíveis para a compra imediata no país”, diz a nota.
Ainda conforme a nota, além de descumprir os requisitos legais, a “greve sanitária” desconsidera toda a análise técnica que baseou o retorno das atividades presenciais. “A secretaria de Educação entende que esta é uma decisão que não será aceita pela sociedade, que espera ter a opção de levar os filhos para a escola de forma segura, conforme tem sido colocado em prática desde fevereiro”, completa a nota.
Governo acionará a justiça
Mesmo contrariando a posição dos professores de que as escolas não estão seguras para seguir com o ensino presencial, o Estado discorre que as escolas são ambientes seguros para o prosseguimento das aulas presenciais por conta dos protocolos sanitários adotados com o Plano de Contingência para a Educação (PlanCon Edu), o qual foi construído com participação do próprio sindicato. Por fim, a Secretaria de Educação do Estado diz que irá manter as aulas nos três modelos e, caso seja necessário, se mobiliza para “acionar a Justiça e adotar as medidas cabíveis” diante da paralisação dos professores.
Sindicato afirma que manterá decisão
Ainda ontem, após decisão do Estado, a coordenadora regional do Sinte, Sônia Maria Medeiros da Silva, destacou que a mobilização irá continuar. “Queremos deixar claro que os professores não querem ficar sem trabalhar. O que queremos é trabalhar com segurança para nós e os alunos. Isso não está ocorrendo. Pedimos que as aulas remotas sejam retomadas”, informa Sônia.
A coordenadora informa que ontem a mobilização seria comunicada à comunidade escolar. “Professores que ainda não tinham informações seriam comunicados para que pudessem preparar os alunos e a comunidade. Acreditamos que amanhã (hoje) a decisão irá ganhar força. Estamos lutando é pela vida”, antecipa Sônia.
Procurada pela reportagem do DS, a gerente Regional de Educação (Gered) de Tubarão, Maricelma Simiano Jung, informa que até ontem não havia registro de professores ou servidores do administrativo que aderiram à greve. “Todas as escolas trabalhando dentro da programação planejada”, diz. Na Escola de Educação Básica Henrique Fontes, uma das maiores em Tubarão, ontem, conforme a direção, as aulas aconteceram normalmente.