SAP/DS Quatro internos do regime semiaberto, do Presídio Regional de Tubarão, contam com uma atividade diferente na rotina. É dentro dos portões da unidade que eles cultivam frutas e verduras em uma horta com cerca de 200 metros quadrados. Os alimentos são consumidos dentro do presídio e doados para instituições da região.
Em 11 canteiros são plantados e colhidos alface, repolho, tomate, pimentão, rúcula, cebolinha, salsa, alface roxa, couve, beterraba, além de temperos. O local também conta com espaço da compostagem, que reutiliza as sobras orgânicas da cozinha da unidade prisional.
“É uma maneira de fomentar o trabalho e a capacitação para as pessoas privadas de liberdade, com intuito de envolver os reeducando em atividades produtivas e, consequentemente, auxiliá-los no processo de recuperação através das oficinas permanentes”, explica o gestor do Presídio Regional de Tubarão, Guilherme Martins da Silveira.
Segundo o gestor da unidade, a horta foi implantada no fim do ano passado. Vendo o potencial e que o espaço podia ser melhor utilizado, eles acabaram dando maior ênfase na produção e colheita no começo deste ano, criando então o projeto “Plantando um futuro melhor”. O presídio conta com a colaboração de algumas agropecuárias, que doam as mudas. “Acabamos vendo que se produzia mais do que se consumia. Tudo o que vem dali é usado na alimentação dos internos e dos servidores. Com esse excesso, passamos a fomentar a doação das hortaliças para as entidades”, ressalta Guilherme.
Entre as entidades que já receberam as doações estão a Fundação Educacional Joanna de Angelis e a Apae, ambas em Tubarão, o Centro de Educação Infantil Professora Laureni de Souza, de Laguna, e o Asilo São Vicente de Paulo, de Criciúma. “A escolha das entidades foi aleatória, com indicação até de servidores da unidade prisional. Com certeza, outras instituições podem participar e é a nossa intenção diversificar os beneficiados”, conta o gestor do presídio.
ESCULPINDO A LIBERDADE
Além da horta, o presídio de Tubarão conta com outro programa de ressocialização, chamado “Esculpindo a liberdade”: um projeto para fabricação de móveis através de madeiras de demolição e paletes doados para a unidade prisional. Além dos materiais, equipamentos e máquinas usados na marcenaria também foram conquistados através de doação, como parafusadeira, serras e equipamentos de proteção individual. No Natal do ano passado, mais de 200 carrinhos de madeira feitos pelos presos foram distribuídos para crianças de comunidades de Tubarão. Para participar da marcenaria e da horta, os internos precisam estar no regime semiaberto e apresentar bom comportamento. Nesse primeiro momento, a cada três dias trabalhados, eles têm um dia a menos em sua pena. “Mas a ideia é futuramente vender o que é produzido para poder custear o projeto e assegurar uma fonte de renda para os reeducandos envolvidos”, explica o gestor do presídio, Guilherme Martins da Silveira.
Guilherme Corrêa