Impactos negativos à economia do estado são temidos por empresários de diversos setores
O anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de que irá impor uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto, gerou reações de entidades e do setor econômico de Santa Catarina.
A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) alertou para os impactos negativos da tarifa de 50% anunciada pelo governo dos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras. Segundo o presidente da entidade, Mario Cezar de Aguiar, a medida ameaça a competitividade da indústria catarinense e pode desestimular investimentos no país.
Mario Cezar defende uma atuação diplomática firme e equilibrada por parte do governo brasileiro. “A decisão precisa ser analisada sob três aspectos: economicamente, é injustificável, já que os EUA têm superávit comercial com o Brasil; politicamente, o país é soberano em suas decisões; e diplomaticamente, o Brasil tem se afastado dos EUA em vez de manter uma postura neutra”, afirmou.
Governo
O governo de Santa Catarina divulgou nota admitindo possíveis impactos à economia estadual e sugerindo que “é hora de agir com diplomacia e assertividade”.
O estado reconhece que tem papel estratégico na relação comercial com os EUA. “Qualquer barreira imposta aos nossos produtos afeta diretamente empresas, empregos e a competitividade da nossa economia”.
Fechamento de empresas e demissões são temores
A Federação do Comércio de Santa Catarina (Fecomércio) também divulgou nota sobre a tarifa de 50%. Para a entidade, a medida representa uma séria ameaça à pauta exportadora de SC e compromete diretamente a competitividade dos produtos catarinenses.
“As consequências de uma medida dessa magnitude incluem a redução da atividade econômica, a perda de empregos e impactos sociais que podem se estender por toda a cadeia produtiva catarinense”, aponta.
A medida também preocupa lideranças empresariais regionais. O presidente da Acit (Associação Empresarial de Tubarão), Alexsandro Barbosa, destacou que muitas indústrias da região dependem quase totalmente do mercado norte-americano e temem a perda de contratos, demissões e fechamento de empresas. “Esperamos responsabilidade do governo para reverter esse cenário e evitar retaliações”, disse.