Esta semana, comentários em vários meios davam conta da confirmação da venda do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, em Capivari de Baixo, ao grupo Fram Capital, que já vem fazendo negociações com a empresa. A Engie, no entanto, nega a conclusão das tratativas.
Por nota, a assessoria diz que a Engie Brasil Energia assinou, em fevereiro de 2021, um contrato de exclusividade com a Fram Capital para negociação do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda(CTJL), prevendo um período de due diligence do ativo, o qual foi renovado em junho.
“As tratativas entre as partes continuam e nenhuma decisão foi tomada até o momento. O avanço desta negociação requer ações junto aos governos estadual e federal – que já estão em andamento, porém, ainda não foram finalizadas -, para equalizar condições ambientais e fiscais que incidem diretamente na manutenção da operação do CTJL”, diz a nota.
“Caso as negociações sejam bem-sucedidas, os termos finais da transação estarão sujeitos a? aprovação da administração e acionistas da Engie Brasil Energia. Na hipótese de não concretização de uma operação de venda, o planejamento do descomissionamento faseado do ativo – que continua em execução – será implementado até 2025”, conclui.
Há um mês, o grupo formado para buscar soluções que evitem o fechamento do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda teve uma reunião com a Comissão de Economia, Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), mas ainda não foi encontrada uma solução para a situação.
Quatro anos em busca de alternativas
Desde 2017, a companhia busca alternativas para os ativos de geração de energia a carvão no Brasil. Foram analisadas algumas propostas durante esse período, mas não se chegou a um ponto de equilíbrio na negociação entre a alocação de riscos e as condições de venda. A empresa, então, decidiu aprofundar as discussões relacionadas ao futuro do CTJL em conjunto com grupos de trabalho multissetoriais, com a participação de diferentes esferas do governo, associações de classe e representantes da sociedade civil. Atualmente, estão em detalhamento as alternativas de venda e descomissionamento faseado do ativo.
“A potencial venda do complexo está em linha com a estratégia de descarbonização da Engie em todo o mundo”, declarou Eduardo Sattamini, diretor-presidente da companhia, em fevereiro, quando da assinatura com a Fram Capital.