Quinta-feira, 20 de março de 2025
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Elis Marina batalha para vencer o câncer

Tubaronense precisa de doador de medula óssea compatível e pede que jovens façam doação

19/03/2025 06:00|Por Tatiana Dornelles

tatiana dornelles

redacao@diariodosul.com.br

Na batalha para vencer o câncer, a tubaronense Elis Marina, de 39 anos, está na expectativa de conseguir um doador de medula óssea. Ela, que mora na Espanha, foi diagnosticada com leucemia e linfoma nível 4, o estágio mais avançado da doença. 

Mãe de gêmeos de três anos, Elis começou a ter sintomas em meados do ano passado, como cansaço extremo e suor em excesso e com mau cheiro. “Desde junho do ano passado estava me sentindo exausta e suava muito, principalmente à noite. Tinha vezes que eu precisava trocar os lençóis e as roupas três, quatro vezes por noite. Era um calor sobrenatural. Achei que fosse menopausa precoce e procurei uma médica, porque não tinha forças para levantar e nem andar. Estava mal”. 

“Mãe esgotada”   

Segundo Elis, a médica pediu alguns exames superficiais e perguntou se tinha filhos. “Respondi que tenho gêmeos de três anos. Então, ela falou que eu era apenas uma mãe cansada. Saí de lá com o diagnóstico de mãe cansada, sem ter muito o que fazer”, conta.  

No entanto, com o passar dos dias, Elis foi se sentindo cada vez pior. “Mas se o médico diz que você não tem nada, acredita. E fui ficando cada dia pior, até que chegou novembro e não deu mais. Meu coração parecia que ia explodir, não consegui levar meus filhos no colégio, pedi para a vizinha, e fui direto para a emergência. O desgaste físico era comparado à sensação de mãe esgotada, mas os exames mostravam coisas que a médica não conseguiu interpretar”, relata Elis, que é mentora de mulheres e especialista em inteligência emocional.


Elis recebeu diagnóstico em janeiro 

Elis começou a ser tratada por tuberculose por 45 dias, depois de ter um derrame no coração e um no pulmão. “Investigaram, fizeram exames e um fator primordial para que logo descartassem outras doenças e focassem na tuberculose foi minha nacionalidade. Quando perguntaram de onde eu era e falei que era do Brasil, nesse momento, recebi o diagnóstico de tuberculose, mesmo com os resultados apontando para outras coisas”, conta a tubaronense.

Com o tratamento em casa, Elis não melhorava e os derrames continuavam. “Tiraram mais de 1 litro de líquido do pulmão, e tinha no coração, mas não tiraram por conta do risco. Vinte dia depois, novamente fizeram retirada, mas dessa vez tiveram que puncionar o coração, que estava sofrendo com mais de 500 ml”, diz.

Diagnóstico   

Elis precisou passar por procedimento no coração, onde também fizeram biópsia. “No dia 10 de janeiro, a médica disse que era câncer no sistema linfático. Meu mundo caiu, a vontade era de fugir, desaparecer. Foi horrível. Fiquei internada para novos exames e foi feita punção da medula, pois suspeitavam de leucemia. Recebi o diagnóstico de leucemia logo em seguida, em nível 4, bem avançado. Meu corpo estava tomado por linfonódulos e precisava de tratamento urgente. Se não fossem as imprudências médicas, talvez não estivesse em um estágio tão avançado”, relata.

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A busca por um doador de medula

A luta de Elis e da família é encontrar um doador de medula óssea compatível, uma vez que os familiares são incompatíveis. “A doação direcionada só ocorre com pais e irmãos, e eles são incompatíveis. Todos os outros que doarem vão  para um cadastro mundial para seguir a busca”, conta.

Caso encontre um doador no Brasil, Elis acredita que a medula seja enviada à Espanha. “Em muitos casos é assim. A pessoa não precisa vir para cá para fazer a doação. Ela retira no Brasil e enviam”, diz.

Elis reforça a importância da doação, não apenas para ela, mas para as milhares de pessoas que estão à espera de doadores. “Há uma restrição de idade para doar, que é de 18 a 35 anos, então, é importante mobilizar a juventude, tocar no coração para que eles tirem a amostra da medula e possam ajudar, não somente minha vida, como de outras pessoas que estão no hospital do mundo todo sofrendo e esperando encontrar doador compatível”, ressalta.

Elis está fazendo quimioterapia e precisou de transfusão. “O tratamento tem altos e baixos. Nesse último mês fiquei muito mal, mas é preciso ter fé e paciência para esperar. Faz parte do processo”, acrescenta. Para doar, basta comparecer em um hemocentro, preencher formulário e coletar amostra.

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