Legado do primeiro papa latino-americano é ressaltado por lideranças religiosas
Os sinos de todas as igrejas da Diocese de Tubarão soaram juntos exatamente ao meio-dia de ontem. O ato foi uma homenagem realizada em memória do papa Francisco, que faleceu nesta segunda-feira, aos 88 anos de idade.
Ainda nesta segunda, uma missa em sufrágio da alma do papa Francisco reuniu fiéis no Centro de Eventos da Catedral. “Em comunhão com toda a igreja espalhada pelo mundo, nos unimos em oração e gratidão por este pastor dedicado, que guiou o rebanho do Senhor com humildade, coragem e fidelidade ao Evangelho”, ressaltou o bispo Dom Adilson Pedro Busin, bispo da Diocese.
Francisco se recuperava de uma pneumonia nos dois pulmões, quadro que o manteve internado por 38 dias. Há um mês, ele teve alta e estava sob cuidados médicos. Apesar de ter sido eleito papa contra a própria vontade, a carreira de Francisco no catolicismo foi uma escolha própria do argentino. Formado em Ciências Químicas e professor de Literatura, o religioso, filho de imigrantes italianos, acabou optando por se dedicar aos estudos eclesiásticos.
“Acredito firmemente que ele foi alguém preparado por Deus para o tempo certo. A pessoa certa no momento em que a Igreja mais precisava de um pastor capaz de se aproximar, com palavras e gestos, de pessoas, lugares e realidades que estavam distantes da fé, da Igreja e, muitas vezes, da própria esperança”, explica o padre Eduardo Rocha, pároco da Catedral Diocesana de Tubarão e que teve a oportunidade de conhecer o papa pessoalmente.
Sensível e humano
“Seu jeito simples, sensível e profundamente humano, marcado por sua origem latino-americana, o tornou próximo de corações feridos, periferias esquecidas, realidades que antes não se sentiam acolhidas. Francisco tinha um modo particular de olhar, de escutar, de tocar as pessoas, com a leveza de quem não fala de cima, mas caminha junto”, conta.