O caso envolvendo o jovem Kauan, ocorrido em janeiro deste ano, mobilizou familiares, amigos e a comunidade
Foto: Felipe Cascaes/DS O início de 2025 marcou de forma definitiva a história da família de Kauan Matiola Pereira. No dia 10 de janeiro, um grave acidente de trânsito foi registrado na SC-390, no bairro São João Margem Direita, em Tubarão.
A colisão envolveu uma motocicleta e um automóvel e deixou o motociclista, de 19 anos, em estado gravíssimo. Kauan foi socorrido e encaminhado ao Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC).
O diagnóstico médico foi severo. O jovem sofreu um Traumatismo Cranioencefálico (TCE) gravíssimo, considerado o nível mais grave desse tipo de lesão. Naquele momento, segundo relatos da mãe, Rosilene Matiola, os médicos chegaram a informar que as chances de sobrevivência eram mínimas, estimando cerca de 24 horas de vida. “Chegando no hospital os médicos falaram que ele tinha 24 horas de vida, que a gente tinha que ser forte”, relembra.
A notícia interrompeu a rotina familiar e deu início a um período de angústia e apreensão. A mãe, Rosi, acompanhou de perto cada etapa do atendimento e relata que, mesmo diante do cenário crítico, a fé permaneceu como principal sustentação emocional. A família passou a viver dias marcados por espera, silêncio e esperança.
Desafios
Kauan permaneceu 22 dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HNSC. O estado de saúde exigiu cuidados intensivos e acompanhamento constante.
Após esse período, houve a transferência para o hospital da Unimed, onde o jovem permaneceu por mais alguns dias e precisou passar por uma nova cirurgia na cabeça, dando continuidade ao tratamento neurológico. “Ao todo ele ficou 61 dias no hospital e os médicos diziam que ele não ia acordar, que ele ia ficar vegetando”, conta a mãe.
Durante a internação prolongada, as consequências físicas foram significativas. Kauan chegou a perder cerca de 40 quilos, reflexo do longo período hospitalizado e da gravidade do quadro clínico. Paralelamente à luta médica, a família enfrentava o desafio emocional de lidar com a possibilidade da perda, fortalecendo-se por meio da união e da espiritualidade.
Nesse contexto, um fato marcou profundamente os familiares: pela primeira vez, diferenças religiosas foram deixadas de lado e todos se uniram em oração.
O apoio extrapolou o ambiente familiar e alcançou amigos, conhecidos e pessoas sensibilizadas com a situação, formando uma ampla rede de solidariedade.