Amigos se reencontram após 20 anos sem se verem

Micheline Zim

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Mais do que laços de família, laços de amizade. Assim pode ser definida a ligação entre Lauro Mendonça, 83 anos, de Tubarão, e o tio de sua esposa, Luiz Mercute André de Oliveira, 92, de Laguna. Sempre foram muito além de parentes, eram amigos, mas há cerca de 20 anos não se viam. A rotina e os compromissos, além de morarem em cidades diferentes, mesmo que próximas, fez com que não se encontrassem mais.

Até que dias atrás uma das filhas de Lauro, Sandra, estava na Feira da Amizade, realizada na praça da Igreja de Santo Antônio, em Laguna, e avistou o tio, que também não via há tempos. “Então o chamei, ele ficou me olhando, tentando me reconhecer, e eu disse quem eu era. Então ele me abraçou muito emocionado e logo perguntou pelo meu pai”, conta.

Sandra, então, fez uma ligação de vídeo para o pai na mesma hora, e quando os dois se viram, mesmo que por telefone, os olhos encheram d’água. Então combinaram de se encontrar”, diz. 

Quando encontrou o tio depois de tanto tempo, não pensou duas vezes para promover o reencontro, mesmo acontecendo antes do combinado. “Passados alguns dias depois daquela ligação por vídeo, eu estava na feira novamente e meu pai me ligou perguntando onde eu estava, pois estava vindo para Laguna com outro amigo, de carona, pois seu carro estava na oficina. Foi tudo sem combinar, ele apareceu e me perguntou onde morava o meu tio Luiz, expliquei e ele foi ao encontro dele. Porém, meu tio não sabia de nada, pois meu pai veio de surpresa”, revela.

“Assim que ele saiu, de longe avistei meu tio Luiz atravessando a rua, imediatamente fui ao encontro dele e disse que meu pai teria ido na sua casa. Na mesma hora, liguei para que meu pai voltasse imediatamente, pois o tio Luiz estava ali na minha tenda”, completa Sandra. 

Emoção   

“Quando ele chegou e avistou o meu tio foi muito emocionante, os dois se olharam, se abraçaram, escorreram lágrimas de felicidade. As famílias ficaram muito felizes e já marcamos de nos encontrarmos todos, tios, pais e primas, para relembrar aqueles tempos de criança”, comemora.

“O meu encontro com meu amigo Luiz foi muito bom, depois de tanto tempo sem nos vermos por conta de todo nosso dia a dia. Valeu a pena, valeu aquele dia e vamos procurar daqui pra frente nos encontrarmos mais vezes, porque realmente foi muito bom”, ressalta Lauro.

Lembranças guardadas no coração

“Eles eram muitos amigos. Quando morávamos todos perto, na nossa infância, era uma festança. Nossa família estava sempre junta dançando, cantando e participando de tudo. Meu avô, Otto Boppré, meu pai e meus tios, Luiz e Osni, todo final do dia, após o trabalho, se reuniam e gostavam de jogar baralho e fazer aperitivos. Aquela cena era maravilhosa, levo no meu coração e na minha memória”, lembra Sandra.