Em menos de um mês, os preços de venda de gás natural para as distribuidoras estarão 39% mais caros na comparação com o último trimestre. O anúncio foi feito pela Petrobras, nesta semana. O presidente da Federação das Indústrias (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar, diz que a alta preocupa a indústria catarinense, que já teve um reajuste de 31% em janeiro na tarifa do insumo.
Em Santa Catarina, estima-se que o reajuste para a indústria seja da ordem de 30%, porque o preço final do gás ao consumidor não é determinado apenas pelo preço de venda da petroleira, mas depende também das margens das distribuidoras nos estados. O valor que será repassado à indústria depende de deliberação da agência reguladora do Estado.
O presidente da Câmara de Assuntos de Energia da Fiesc, Otmar Muller, lembra que atualmente a Petrobras é a única fornecedora de gás no Brasil. “Nenhuma empresa faz seu planejamento anual contabilizando uma alta tão expressiva num insumo que é essencial e que, em muitos setores, chega a representar 25% do custo de produção. Um reajuste nessas proporções põe a indústria em alerta”, afirma Otmar.
O presidente da Fiesc diz ainda que este fato reitera a necessidade de urgência na promulgação da lei do Novo Mercado do Gás, aprovada no Congresso Nacional em março.
De acordo com o anúncio da Petrobras, a variação é resultado “da aplicação das fórmulas dos contratos de fornecimento, que vinculam o preço à cotação do petróleo e à taxa de câmbio”.
As atualizações dos preços dos contratos são trimestrais e, com relação aos meses de maio, junho e julho, a referência adotada são os preços dos meses de janeiro, fevereiro e março. O repasse dos custos incorridos pela companhia para o transporte do produto até o ponto de entrega às distribuidoras também influencia os preços do gás natural da Petrobras.