22 DE NOVEMBRO DE 2024
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A força que vem do amor

Mãe conta sobre os desafios, medos e a superação de ter gêmeos prematuros

22/11/2024 06:00|Por Micheline Zim - redacao@diariodosul.com.br

“Acreditem nesses ‘serzinhos’, eles são guerreiros, e essa luta para sobreviver irá contribuir muito para se tornarem pessoas ainda mais fortes e gratas pela vida”. Assim, Andréa Cavaler Felisbino, de Tubarão, traduz sua experiência de ser mãe de gêmeos que nasceram prematuros e que, hoje, já estão com 17 anos de idade.

No Novembro Roxo, campanha de prevenção à prematuridade, Andréa, o marido, Felipe Felisbino, e os filhos, Gabriel e Lucas, são exemplo de força, resiliência, coragem e, claro, muito amor para vencer a batalha árdua dos primeiros momentos. A cor roxa dedicada ao mês foi escolhida, inclusive, por simbolizar sensibilidade e transformação, características muito peculiares dos prematuros.

Gabriel e Lucas nasceram em 2007, quando Andréa estava com 29 semanas de gestação – o normal seria entre 38 e 40 semanas. “Foi uma gestação normal, tranquila, até a vigésima semana, depois disso fui internada algumas vezes para controlar a pressão, que estava muito alta. Eles nasceram prematuros porque tive uma pré-eclampsia”, conta. “E gestação de gêmeos tem uma probabilidade maior de nascerem prematuros, meu médico já levantava essa possibilidade”. 

O período após o nascimento dos bebês prematuros, segundo Andréa, é o mais doloroso para uma mãe. “Ganhar os bebês e dias depois voltar para casa sem eles. Lembro como se fosse hoje, a choradeira quando ganhei alta do hospital, a despedida e o pedido para as enfermeiras da UTI Neonatal que cuidassem bem das ‘coisas’ mais valiosas da minha vida”, lembra.

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Gabriel e Lucas ficaram na UTI Neonatal por 40 dias. “Eu ia todos os dias lá, ficava o dia todo ao lado das incubadoras, cuidando, conversando com eles, mas não podia dormir lá. Foi um período bem difícil”, relata.

Ida pra casa   

“O dia que saímos do hospital foi um misto de alegria, por estarem indo para casa, e medo, porque eram muito pequenos ainda (eles nasceram com 950 e 980 gramas e saíram do hospital com cerca de 1,8 kg cada), e tínhamos muita preocupação, se daríamos conta de dois serzinhos tão frágeis”, revela.

“Hoje, contando, a gente até ri, mas foram meses de uma virada de cabeça para baixo nas nossas vidas. No primeiro mês em casa, eles não sabiam sugar o leite. Eram alimentados com um leite especial para prematuros, num copinho de cafezinho, de duas em duas horas”, lembra.

Conquistas após muito desafio 

“Prematuros exigem um cuidado especial, uma dedicação ainda maior dos pais. O primeiro ano de vida é bem complicado, a vida vira de cabeça para baixo, mas nos retribui com o amor mais lindo do mundo, junto com o maior cansaço físico que uma mulher pode ter”, ressalta Andréa Cavaler Felisbino, mãe dos gêmeos Gabriel e Lucas.

Hoje os meninos estão com 17 anos, no segundo ano do ensino médio. “Eles estão ótimos, são saudáveis e inteligentes, depois de tantas lutas para sobreviver. São queridos, parceiros”, revela, orgulhosa.

E para as mães que estão passando agora por este momento, Andréa ensina: “Amem muito, cuidem, acariciem, abracem enquanto estiverem na UTI, o amor de mãe cura”.

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