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MILTON ALVES

17/07/2025 06:00

Proposta da FIESC

O que os dirigentes da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina – Fiesc mais desejam neste momento é que o governo brasileiro não meça esforços no sentido de buscar, através de conversas e relações diplomáticas, um acordo com Donald Trump no sentido de, pelo menos, fazer que ele adie por mais ou menos 90 dias a aplicação das novas tarifas estabelecidas para os produtos importados do Brasil.

Compras suspensas
O grande problema são os negócios já acertados, mas ainda não pagos, que, com as novas tarifas, naturalmente não interessam mais aos importadores. E existe ainda a questão do fornecimento da matéria-prima para a indústria de ambos os países. Tanto nós precisamos destes produtos e componentes disponíveis na América do Norte, quanto os americanos precisam dos que nós temos por aqui. Sem os mesmos, tanto a indústria brasileira quanto a norte-americana terão perdas irreparáveis e algumas delas poderão, inclusive, parar suas linhas de produção. Entendem os dirigentes da Fiesc que não será com troca de cartas e postagens agressivas nas redes sociais que os dois governos chegarão a um acordo. E sem acordo, será um caos.   

O movimento dos portos
E, como desgraça pouca é bobagem, o pior de tudo nessa guerra travada entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva é que ela vem exatamente num momento em que o Brasil estava alcançando índices bastante interessantes no que tange à sua movimentação portuária, movimentação essa que representa, exatamente, o mercado de importação e exportação, que será o maior prejudicado pela tarifação. A título de informação, os portos brasileiros bateram um novo recorde nos cinco primeiros meses de 2025, com a movimentação de 532 milhões de toneladas de carga – a maior registrada na história. O volume representa um crescimento de 0,8% em relação ao mesmo período de 2024 – que, até então, detinha o maior índice já registrado.

Agroindústria e as safras
Vale ressaltar que o crescimento da movimentação de cargas nos portos do país está relacionado também ao aumento da produção agropecuária brasileira neste período do ano, mas a produção industrial também tem tido boa participação. Agora, verdade seja dita, o agro faz a grande diferença. Em maio, foram 118,4 milhões de toneladas movimentadas – sendo o melhor número da história para o mês e 7% superior ao mesmo período de 2024. Entre os portos públicos, o destaque foi o crescimento da movimentação no Porto de Rio Grande (RS), com crescimento de 47% no volume de carga. O que explica este cenário é a diminuição das operações de 2024, provocada pelas fortes chuvas que impactaram o estado gaúcho em maio do ano passado.

Diário do Sul
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