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MILTON ALVES

15/07/2025 06:00

Perdendo forças

É impossível deixar de considerar a perda de potência nos motores políticos que conduzem o MDB no cenário catarinense. De um dos que mais protagonizou no topo do poder em nosso estado nas últimas três décadas, com dois mandatos de Luiz Henrique e participação direta nas gestões de Raimundo Colombo (PSD), tendo, inclusive, no segundo mandato, um período tampão de governo com o vice Eduardo Pinho Moreira assumindo o cargo após a renúncia do titular, o partido se encontra agora numa encruzilhada que o poderá deixar ainda menor, pois tudo leva a crer que, em 2026, não terá candidato ao governo. E, pior: muito provavelmente não figurará na chapa principal. A situação pode até mudar mais à frente, todavia, o que se observa agora é bem desalentador para os “manda brasa”. Vale destacar, mais uma vez, que foi cabeça de chapa até 2018, assumindo a vice a partir de 2022. O que vai fazer agora ainda não se sabe, mas a situação não é nada promissora.   

Desanimados
O Índice de Expectativas do setor industrial teve nova queda no mês de julho: com baixa de 1,2 pontos, chegou a 49,7 pontos. O indicador passou todo o 1º semestre de 2025 no campo negativo. Os dados fazem parte do Índice de Confiança do Empresário Industrial, o ICEI, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na última sexta-feira, e o mais preocupante é que não pegou a repercussão do reajuste das tarifas anunciado pelo presidente norte-americano dois dias antes. Ou seja, com a natural queda de exportações para os Estados Unidos, nossa indústria ficará ainda pior.

Todo o restante do ano
E mais ainda, segundo a CNI, ao ficar abaixo dos 50 pontos, o índice revela que as perspectivas dos industriais são negativas até o final de 2025, tanto para a economia quanto para os próprios negócios. A última vez que o indicador ficou abaixo dos 50 pontos foi em janeiro de 2023, quando marcou 48,8 pontos. Essa é a segunda pior sequência negativa da história do indicador, ficando atrás somente dos resultados observados na recessão econômica de 2015 e 2016.

Os motivos
Repito: este resultado do indicador ainda não leva em conta o reajuste das tarifas americanas para importação, que, caso seja confirmado a partir de agosto, terá impacto direto numa extensa variedade de produtos industrializados brasileiros que chegam ao mercado americano. Vários fatores explicam a queda de confiança do empresário industrial neste último levantamento, destacando-se as taxas de juros ainda elevadas – que contribuíram para a retração da atividade industrial no primeiro trimestre, com crescimento de apenas 0,1% no PIB do setor – além de duas quedas consecutivas na produção industrial, conforme dados do IBGE. Dependendo dos próximos passos deste confronto entre os governos Trump e Lula, poderemos viver momentos sombrios na economia brasileira. 

Diário do Sul
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