Pressionados pelo discurso inicial de que iriam enxugar a máquina reduzindo a ocupação de cargos, ou até mesmo suprimindo boa parte deles, na busca de recursos para investimentos, já prevendo o que terão que gastar com custeio e os compromissos financeiros parcelados, a equipe de transição do futuro prefeito Estêner Soratto quebra a cabeça para acomodar todos os aliados na máquina estatal sem provocar sequelas na estrutura de poder sonhada por estes. Manter a unidade é fundamental, mas o grande problema vai ser lidar com a dificuldade de não poder corresponder aos sonhos e interesses de partidos aliados e seus vereadores, principalmente se for preciso mesmo promover a redução de secretarias. Não por acaso, os liberais estão pedindo a compreensão dos futuros parceiros de governo.
Compromissos que surgiram
Para os que já cobram que “se havia mesmo a pretensão de reduzir cargos, Soratto então nem deveria ter permitido que os aliados sonhassem com eles”, é preciso lembrar que a ideia inicial do deputado era fazer uma chapa enxuta, sem partidos grandes, apenas com o seu PL assessorado pelo PRD e o Agir, duas siglas satélites do Partido Liberal em Santa Catarina, e que foram criadas em Tubarão no rastro das ações de preparação da campanha, exatamente para dar guarida aos candidatos a vereador que não tivessem espaço na lista principal do partido de Jorginho Mello.
Mudança de planos
No final das contas nem foi preciso criar o Agir, bastou o PRD, já que outras siglas, algumas menores, outras até maiores, acabaram se aliando ao projeto. E foram estas alianças, inclusive, que por sua vez provocaram a alteração da ideia inicial. Só não foi alterado o discurso de enxugamento da máquina. Aliás, o prefeito eleito afirmou numa entrevista recente que nem teria por que mudar o discurso, já que a maioria dos partidos foram para o seu lado porque viram que a sua candidatura era a melhor, e não porque receberam propostas para fatiar os cargos da municipalidade.
Fusões à vista
Pressupondo que Estêner Soratto esteja de fato reproduzindo a verdade das negociações que foram feitas na criação da coligação, ganha força então a tese de que teremos, sim, o fechamento de algumas secretarias e fundações, transformando-as e fazendo-as retornar como diretorias ou departamentos das secretarias de onde se originaram. Cultura e Esporte voltariam a integrar a Educação, por exemplo. Guarda Municipal e Patrimônio iriam para a Gestão, e Serviços Públicos poderia ir para a Infraestrutura ou Urbanismo. É esperar para ver, inclusive a reação dos partidos.