Conversei na manhã desta segunda-feira na Rádio Cidade com o deputado estadual Antídio Lunelli (MDB), que recentemente apresentou um projeto de lei na Assembleia Legislativa de Santa Catarina objetivando enfrentar, com medidas auxiliares, os recorrentes problemas causados pelas enchentes no Estado. Mas não é só isso. O projeto vai mais além, quando também serve para “urbanizar” áreas ribeirinhas, as transformando em equipamentos de esporte e lazer para os moradores.
Governo e prefeituras
A transformação da ideia em lei visa permitir que o governo estadual firme, através da Defesa Civil, convênios com prefeituras de cidades cortadas por rios ou córregos que tenham recorrentes problemas com enchentes, fazendo suas áreas alagáveis virarem parques lineares, com equipamentos resistentes às águas, ao invés de ficarem à mercê da iniciativa privada para a exploração do setor imobiliário. “Não vamos acabar de vez com as enchentes, ninguém tem este poder, mas podemos preparar as cidades para reduzir prejuízos e evitar que moradores fiquem expostos a riscos permanentes, morando ou trabalhando às margens dos rios e córregos. Deixá-los longe das áreas alagáveis é fundamental para mitigar as perdas”, destacou o parlamentar.
O exemplo de Jaraguá do Sul
Batizado no PL apresentado na Assembleia de “Parque Linear Barriga-Verde”, o programa é inspirado em iniciativas bem-sucedidas, como o Parque Linear Via Verde (foto acima), implementado durante o mandato de Lunelli como prefeito de Jaraguá do Sul. Este parque não apenas serve como área de lazer e mobilidade cotidiana, mas também desempenha um papel crucial como escape para o excesso de água durante enchentes, ajudando a reduzir o impacto sobre áreas consolidadas. A proposta é trabalhar nas barrancas, sem mexer com o leito natural do rio. Afastando as construções e rebaixando os taludes, se aumenta a capacidade de armazenamento de água.
O nosso caso
Quando se fala em Parque Linear é óbvio que pensamos no nosso, todavia o que temos aqui é um pouco diferente. O nosso Parque Linear (cuja obra até hoje não foi concluída) está sendo adaptado em área já consolidada entre o talude do rio e as avenidas. Onde ele existe hoje seria impossível adotar algo do tipo deste de Jaraguá do Sul. Temos, todavia, várias outras áreas ribeirinhas onde a ideia do deputado poderia ser bem aproveitada. São João, Bom Pastor, Km 60 e 63, Guarda, trecho da ponte do Quartel, a rodovia Ageu Medeiros, etc. Evitar construções em áreas de risco, com equipamentos de lazer para os moradores, é qualidade de vida.