O que ele quis dizer com a frase ninguém ficou sabendo, mesmo porque se limitou a anunciá-la sem maiores comentários. Também não se sabe se o senador estava se referindo à política brasileira ou à de Santa Catarina. A verdade é que Esperidião Amin, quando recebeu ontem ao meio-dia, num grande evento na conhecida “Manchester Catarinense”, o título de Cidadão Honorário de Joinville, proposto pelo vereador Diego Machado (PSD), intrigou a todos ao afirmar em discurso que “os fatos que virão à tona, ainda nessa semana, mostrarão as discrepâncias da nossa organização política.” Amin, que apoia a anistia dos envolvidos no 8/1 e o impeachment de Alexandre de Moraes, tem acompanhado detalhadamente tudo o que acontece tanto em Brasília quanto nos Estados Unidos, mas com um olho na movimentação de nosso estado em torno das eleições do ano que vem, que ele pretende disputar para se manter no Senado da República. Vamos aguardar para ver do que se trata.
Países desistindo
Depois que vários países anunciaram que não virão para a COP30, em novembro, na cidade de Belém, devido ao exagero dos preços de hotéis e imóveis para acomodação de suas delegações, Marina Silva resolveu falar. Faltam menos de três meses para o evento e ontem a ministra do Meio Ambiente destacou os desafios da conferência em Belém, criticando os preços abusivos da rede hoteleira. Numa entrevista ao G1, ela garantiu que o Pará tem a melhor infraestrutura da Amazônia neste setor, mas que ainda é insuficiente em comparação com outras regiões do país. Incrível é que o governo não viu isso quando resolveu promover o evento naquela cidade.
Exportações aos EUA
Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que três em cada quatro produtos das exportações brasileiras para os Estados Unidos – principal mercado da indústria de transformação nacional – estão sujeitos a tarifas adicionais, fruto de medidas protecionistas adotadas pelo presidente Donald Trump. Os setores mais afetados pela sobretaxa combinada de 50% são vestuário e acessórios, máquinas e equipamentos, produtos têxteis, alimentos, químicos e couro e calçados, com previsão de um impacto bastante negativo na economia brasileira.
Amenizar prejuízos
Especialistas acreditam que este impacto negativo no PIB brasileiro será de R$ 20 bilhões e nos empregos da indústria será em torno de 30 mil. No caso do setor de máquinas e equipamentos, embora vários produtos apareçam na lista de isenções, a não tributação só se dará quando os produtos forem utilizados no setor de aviação civil. Na tentativa de amenizar os prejuízos, a CNI apresentou uma lista com oito propostas à equipe econômica do governo, entre elas linhas de crédito subsidiadas, aumento do prazo para liquidação de contratos de câmbio, adiamento no prazo de pagamento de tributos federais e a reativação do Programa Seguro-Emprego.