20 DE MAIO DE 2024
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MILTON ALVES

30/04/2024 06:00

A passividade é alarmante

Quando refletimos sobre as razões que levam a maioria dos brasileiros a ser tão passiva diante das mazelas e ações estapafúrdias dos que dirigem a nação e suas federações – bem como os seus poderes legislativos - ações essas que, invariavelmente, só prejudicam a população e o país de forma geral, a primeira ideia que vem à mente é que somos um povo talhado para a paz, sem a alma do embate. Sem aquele elemento, físico ou mental, que desencadeia a reação e nos conduz, inclusive, à retaliação quando necessário. Em suma, além do que quis o destino, nas últimas décadas temos sido orientados a não reagir. Mas por que aceitamos isso?  

Ensinados a ficar calados

Afirmam os defensores desta tese que a explicação talvez esteja no fato de que o povo brasileiro nunca teve que lutar pela libertação ou independência, da pátria, por exemplo, e muito menos viveu alguma disputa interna por imposição ideológica ou ocupação de espaços naquilo que seria uma guerra civil. O máximo que tivemos foram os conflitos isolados dos guerrilheiros socialistas que se rebelaram contra as Forças Armadas durante o regime militar, e aquelas batalhas de antigamente em defesa das fronteiras, mas isso lá nos tempos do império. Na verdade, nada muito significativo. Assim sendo, viramos presas fáceis deste discurso maléfico de não reação, que além de amordaçar nossa coragem ajuda a fazer o 8 de janeiro de 2023 ficar ainda mais assustador diante das penas desproporcionais aplicadas pelos ministros do Supremo.

É preciso mais

“Mas esses últimos movimentos com milhares de pessoas nas ruas, como na avenida Paulista e mais recentemente em Copacabana, convocados por Bolsonaro, não se contrapõem ao que estás dizendo?”. Sim, são movimentos interessantes de mobilização e mostram a força das ruas, porém, eles não têm ostentado um discurso que escancare a insatisfação da população quanto ao que está acontecendo. Gente, não se trata apenas da questão das liberdades e da busca pelo bom senso dos ministros do Supremo Tribunal Federal.

Estamos sendo surrupiados

A cada dia que passa o Palácio de Planalto, comungado com parte do Legislativo e tendo algumas garantias da alta corte do Poder Judiciário – que é quem julga as coisas do governo federal - vem simplesmente atropelando leis, mudando regras, tirando direitos e reativando taxações e cobranças. O preço que vamos pagar é imensurável. Não ir para as ruas questionar e ofender autoridades eu até entendo. Todavia, ficar em casa, ou então ir para as praças e não aproveitar para falar sobre os malefícios do governo petista, é tudo o que eles querem. Não adianta pintar as ruas de verde e amarelo sem ostentar um discurso de contrariedade contra os descalabros do governo. Não é ofender autoridades ou pedir a cabeça de alguém, apenas aproveitar a mobilização para mostrar aos comandantes de Brasília que o povo está irritado.    

Diário do Sul
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