Lula foi para a UTI e o mercado financeiro fez a festa: a Bolsa subiu, o dólar caiu. É como diz o ditado: quando o gato sai, os ratos fazem a festa. Mas não é só a alegria do pobre que dura pouco, pelo visto. A dos ricos também: o médico de Lula informou que ele está bem, sem sequelas. Bastou esta boa notícia para o mercado fazer birra tal qual a criança do avião que queria tirar a coitada do assento: o dólar sobe, a Bolsa despenca.
É óbvio que o mercado não gosta de Lula. Paciência. Não tem como o governo ser bom para o balconista da Havan e para o dono da Havan ao mesmo tempo. Mas torcer para que o presidente morra, sem nem disfarçar, isso eu nunca tinha visto. É um sinal dos tempos loucos que vivemos. Nesta semana vimos que a tal moça do assento do avião passou dos dois milhões de seguidores no Instagram, e está faturando R$ 30 mil por publicidade.
Virou influencer com a fama repentina. Tudo bem, é do jogo, mas os patrocinadores deveriam se perguntar: influencia qual tipo de público? Outra pergunta que cabe, mas essa aos pais ou responsáveis e educadores: em quem os jovens influenciados de hoje estão se espelhando? Não é na Fernanda Torres, por exemplo, que é muitíssimo inteligente, irá nos representar no Oscar, e não tem esse tanto de seguidores.
Voltemos a Lula e à torcida do contra. O mercado financeiro o detestar também é do jogo, o que não é normal é querer que ele morra. O presidente foi eleito com uma pauta definida pela maioria, que claramente fará com que os mais ricos paguem algum imposto e os mais pobres sejam acolhidos pelo Estado. Mudar isso é só pela eleição. Fora disso é golpe, como já tentaram, ou birra de criança que quer sentar na janela.