Falta um ano para as eleições para presidente e governador, e o quadro é muito parecido com o de quando eles completaram a metade do mandato, na virada deste ano, em análise que publiquei aqui. Os dois continuam favoritos à reeleição, mas neste momento é possível dizer que Lula deverá ter mais folga para buscar a reeleição e Jorginho mais dificuldade.
Lula não encontra adversário forte, a não ser Tarcísio, que dificilmente trocará o certo pelo duvidoso: uma grande chance de reeleição em São Paulo por uma eleição arriscada à presidência. Ratinho Jr., o segundo da fila, trocará uma eleição ao Senado por uma aventura? Sobram Zema, Caiado e Eduardo Leite – nenhum dos três com cacife para vencer Lula.
Michelle Bolsonaro e outros do clã tendem a garantir suas vagas na Câmara e no Senado, onde devem ter uma eleição sem grandes sustos. Ela deve sair candidata ao Senado pelo Distrito Federal, e os filhos, pelos estados onde o bolsonarismo está acima de tudo e de todos. Um deles é Santa Catarina, onde o carioca Carlos Bolsonaro deve concorrer ao Senado.
O filho zero alguma coisa concorrerá na chapa de Jorginho, e é justamente por isso que a vantagem do governador diminui. Um número cada vez maior de pessoas percebe, segundo demonstram as diversas pesquisas eleitorais publicadas, que o bolsonarismo está em queda, no país todo. Santa Catarina não foge à regra, o que pode ser um problema para Jorginho.
O catarinense costuma votar na direita – é fácil concordar com isso. Mas ser de direita e defender as causas desse espectro político é uma coisa. Outra, bem diferente, é colocar os interesses de uma família cada vez mais impopular acima dos interesses do estado. Um concorrente de direita, como o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, deve ser um páreo duro para Jorginho.