Antes de Trump ter sido eleito pela primeira vez, em 2016, era fácil para um eleitor votar em candidatos ou partidos de esquerda ou de direita, segundo a visão de mundo de cada um e naquilo que ele acredita ser o mais desejável para o país no momento da eleição.
De uma maneira simplista, pode-se dizer que a esquerda prega uma maior intervenção do Estado, para que este atue na redução das desigualdades sociais. A direita defende um Estado mínimo, privatizando o que for possível e no qual prevaleça apenas a meritocracia.
As duas são defensáveis do ponto de vista filosófico, não se podendo dizer que uma seja melhor que a outra. O dono da Havan, com razão, defenderá o Estado mínimo, mas seus empregados precisam da máxima intervenção do Estado para melhorar a vida deles.
Mas não é defensável ser contra vacinas e a Ciência, por exemplo, pauta que a extrema direita defende mesmo no pós-pandemia. Também não dá para defender o tarifaço de Trump, nem sua xenofobia. Muito menos o genocídio cometido por Israel em Gaza.
E como defender a PEC da Bandidagem, aprovada pelos (nada nobres) deputados? São pautas tão indefensáveis sob qualquer aspecto que não deveriam estar sendo abraçadas pela direita brasileira, que prefere levantar as bandeiras norte-americana e de Israel.
Os que têm um mínimo de juízo se indignam contra esses absurdos e vão engrossando os protestos, como os deste domingo. Não são pautas da esquerda: devem ser defendidas por todos aqueles que têm um mínimo de bom senso e querem um país melhor.