17 DE SETEMBRO DE 2024
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JOÃO MARCELO FRETTA ZAPPELINI

30/08/2024 06:00

Mea culpa

Não sou jornalista. Escrevo por hobby. Emito opiniões porque formar opiniões é interessante diante de vários prismas, mas, decididamente, elas precisam ser, quando expostas, embasadas em fatos.

Ao comentar, na última coluna, de que o ex-prefeito Joares Ponticelli teria sido hostilizado ao ir pedir votos para si e para o candidato a prefeito que apoia, cometi um erro crasso: acreditar em mensagens de whatsapp.

Joares foi hostilizado, sim, mas quando chegava ao debate realizado pelo portal Extra.SC em suas dependências e, quem conhece um pouco dos bastidores políticos, sabe que nesses ambientes existem apoiadores de todos os candidatos e as vaias e impropérios ditos são extremamente normais de acontecer.

Portanto, faço essa mea culpa. 

Mea culpa II
Contudo, quando fui convidado a escrever num jornal com tanta abrangência como o Diário do Sul, sabia que as cobranças viriam na intensidade da grandeza deste jornal. 
Destaco que a análise política feita não muda. 
Me parece um erro estratégico colocar um ex-prefeito nas condições jurídicas do Joares na linha de frente, contudo, o único que pode avaliar se esta afirmação está correta é o próprio candidato a prefeito que, conforme dito, possui pesquisas que eu, um mero “opinador”, não tem.
 

Fenômeno

“Pablo Marçal é um Bolsonaro 2.0”.
“Ele é mais inteligente, mais jovem, mais bonito, com capacidade de se comunicar como há muito tempo não víamos”.
As frases ditas sobre Pablo Marçal não param por aí.
Em um recente editorial publicado pelo jornal Estadão, o jornalista Bruno Soller iniciou a sua análise sobre o novo fenômeno dessa forma: “Parte do eleitorado não só vê Marçal como um prefeito, mas como um exemplo de prosperidade, principal desejo daqueles que vivem na realidade excluída das comunidades”.

Fenômeno II

Cabe uma pergunta: como romantizar um candidato condenado por formação de quadrilha e que prosperou dando golpes na internet? É esse o tipo de prosperidade que queremos enquanto cidadãos?
Além do mais, sinceramente, em que momento o “cidadão de bem” passou a defender criminoso como opção viável?
Se vender bem no Instagram, ganhar dinheiro regurgitando mentiras e se colocar contra o sistema parece ser o suficiente para ser abraçado pelo grande público.

Fenômeno III

Quem já foi condenado por formação de quadrilha e por desviar o dinheiro de pessoas via internet, obviamente, não obedece e nem gosta de regras. 
O nome que se dá a um condenado e que reincide no crime é marginal, e marginal, por natureza, tem como característica ser antissistema.
 

Fenômeno IV

Aliás, diante desse novo cenário que se vislumbra, seria interessante a leitura do livro aí da foto.
“Autoengano”, de Eduardo Gianetti, explica muito bem a necessidade que temos de nos iludirmos o tempo todo com as nossas mentiras. Muitas vezes mentirinhas inofensivas, mas perigosamente constantes no nosso dia a dia. 
 

Diário do Sul
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