12 DE OUTUBRO DE 2024
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JOÃO MARCELO FRETTA ZAPPELINI

13/09/2024 06:00

Infantilização do debate

O Brasil está em chamas.
Não existiu governo nesse país que levasse o meio ambiente a sério. Há pouco tempo, pouco mesmo, alguns políticos da região foram em comitiva para Brasília lutar para que o uso do carvão permanecesse por mais tempo, contrariando a necessidade de se buscar alternativas para a transição energética.
A economia estaria em jogo, repetiam.

Infantilização do debate II

O presidente Lula, que se elegeu na promessa de promover uma política ambiental salvadora, tem-se mostrado ineficiente ao tratar do tema.
A ministra Marina Silva, reconhecida internacionalmente por sua luta, demonstra uma incompetência de saltar aos olhos.
Dizem os defensores do atual governo que, com Bolsonaro, a grilagem, o desrespeito às leis ambientais e a inserção do crime organizado na extração do ouro foram determinantes para a derrocada ambiental.
Até pode ser que o Governo Bolsonaro tenha sido a gota d´água. Mas a incapacidade dessa gestão traz consigo a mesma consequência: o meio ambiente destruído.

Infantilização do debate III

Para vocês terem uma ideia, apenas no primeiro ano de mandato do Governo Lula a bancada ruralista barrou o aumento do orçamento federal contra queimadas, impediu a criação da autoridade climática pra integrar as ações de enfrentamento e descaracterizou a lei de manejo do fogo.
O agro é realmente poderoso e Lula, ao invés de implantar a política que vendeu na eleição, oferta ao setor o maior Plano Safra da história, em valores aproximados de R$ 400 bilhões de reais.
O mesmo Plano Safra, mas esse o da Agricultura Familiar, destinou ao pequeno produtor não mais do que R$ 75 bilhões de reais.
Por mais que os dados apontados sobre hábitos alimentares demonstrarem que a produção do agronegócio é muito mais ligada à exportação de commodities, a população não acredita na potencialidade do produtor que não exporta.
A concorrência é desumana.

Infantilização do debate IV

O fato é que no Governo Bolsonaro a boiada realmente passou. Os problemas ambientais não eram prioridade. Aliás, o ministro do Meio Ambiente era Ricardo Salles. Um político condenado por fraude em plano de manejo e que, hoje, responde como réu por exportar madeira ilegalmente.
Com a boiada solta, esperava-se do Governo Lula a captura desses bois, fato que, infelizmente, não acontece.

Infantilização do debate V

O país amanhece afundado em uma fumaça nociva e perturbadora.
Enquanto falta ar, a militância infantiliza o debate dando eco a frases como “onde está o Leonardo Di Caprio agora?” ou “onde andam os artistas da Globo?”. Assim como o outro lado tenta fazer prevalecer discursos lambuzados de identitarismo e trazem para mesa temas como o racismo ambiental.
Por essas e por outras que, neste momento de absoluta emergência climática, o Congresso Nacional se sinta no direito de dar prioridade ao que para eles realmente importa: a sucessão de Arthur Lira.

Uma verdade

O americano Robert Green Ingersoll certa vez definiu com propriedade:
“Na natureza não existem recompensas e nem castigos. Existem consequências”.
 

Descaso

Esse é o cenário que o cidadão de Tubarão encontra ao ir na policlínica central.
Cadeiras quebradas, falta de cuidado.
O descaso é generalizado na cidade e o próximo prefeito terá muito trabalho para mudar a atual realidade.

Absurdo

Para quem necessita entrar na universidade, a lei de cotas tenta estabelecer o mínimo de igualdade entre os alunos que estudaram na rede privada e os da rede pública.
Mas essa política não pode prevalecer após a conclusão do curso.
Veja esse caso: a Unifesp - Universidade Federal de São Paulo - reserva 30% das vagas para pessoas negras e quilombolas, indígenas, pessoas com deficiência e pessoas trans que querem se especializar.
Após formados, as oportunidades foram dadas. A insistência na reserva de cotas é mais imposição ideológica do que qualquer senso de justiça.

Salvaro

Sabem quando escrevi que até no dia 12 de setembro saberíamos se Clésio Salvaro, prefeito de Criciúma, permaneceria preso ou não? 
Pois é. Permanecerá. Pelo menos por mais alguns dias.
O desembargador Antônio Zoldan pediu vistas do processo e a sessão só será retomada na próxima terça-feira.
 

Diário do Sul
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