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JOÃO MARCELO FRETTA ZAPPELINI

28/02/2025 06:00

Carnaval

“Ogundaiê, ogundaiê
Essa mulher, ninguém pode vencer.
Salve admirável heroína.
Salve essa guerreira sim, senhor.
Hoje registrada em nossa história
É um nome universal.
Lagunense de nascença, partiu pra mostrar ao mundo inteiro
Que pra ter felicidade, é preciso ter liberdade.
E foi pra guerra pra ficar com o seu amor.
E seu sangue sobre a terra, ficou pra mostrar o seu valor”.

Esta letra, escrita pelo meu pai, é parte do samba-enredo da Escola de Samba Unidos da Vila Moema de 1976. A composição, em homenagem a Anita Garibaldi, saiu da avenida vitoriosa e é celebrada até hoje por quem teve a felicidade de vivenciar aquele dia.

Quando chega o carnaval, naturalmente, lembro dele. Pelas histórias, pelas tantas vezes que sentamos à mesa pra tomar algumas cervejas, por lembrar de vê-lo assistir, madrugada adentro, aos desfiles na Sapucaí ou pelos seus amigos que sempre me relembram a magia daquele desfile de 76.

Hoje é dia de festa. Curtam com amor no coração para cultivar boas lembranças. E, para os saudosistas, uma foto rara do carnaval de rua de Tubarão daqueles tempos...

Desânimo
Dias atrás, pouco antes das seis horas da manhã, estava caminhando pela beira-rio e, ao iniciar o trajeto, percebi que do único carro estacionado naquele horário saiu um senhor aparentando ter uns setenta anos e de forma física invejável.
Carregava em direção às margens do rio uma caixa térmica antiga e levemente quebrada.
Notei que ele descera se embrenhando pelo mato e, quando retornou, já estava sem o objeto. 
Voltei e, sem qualquer discrição, filmei a placa do veículo. Quando retornasse do exercício filmaria o lixo descartado e entregar as provas do crime ambiental às autoridades competentes.
Mas, ao voltar, o entulho não estava mais. Foi um sentimento confuso, admito. Lamentei por não conseguir levar adiante a ideia da denúncia, mas, por outro lado, senti um certo alivio por não ter despertado, no mínimo, a preocupação daquele homem mal-educado.
Eu não sei se ele repensou e retirou o lixo por arrependimento, por medo de ser exposto ou por vergonha. O que eu tenho a absoluta certeza é que enquanto a má-educação e a falta de consciência foram tratadas com naturalidade por todos nós, não existirá dias melhores.
Precisamos mudar, ou não haverá prefeito que conseguirá colocar nossa cidade nos trilhos.

Desânimo II
A falta de educação e a transferência de culpa para os políticos que ajudamos a eleger me lembrou de uma reflexão do ex-presidente americano Barack Obama:  “Em muitos países, as pessoas dizem que odeiam os políticos e o governo, mas o governo e os políticos são um reflexo de nós mesmos. Se uma sociedade é saudável, a política também será. Se uma sociedade é doente, a política também será.”

Início
O vereador Matheus Madeira colocou nas suas redes sociais que, a partir de um requerimento que endereçou ao secretário de Serviços Públicos e Zeladoria, Jó Krüger, a administração municipal retirou os brinquedos da praça do avião por oferecerem perigo a quem, inadvertidamente, os utilizassem.
Eu, sinceramente, não sei se foi por causa do requerimento do vereador, mas o fato é que, independentemente da origem, as respostas da administração para a resolução dos problemas da cidade têm sido com elogiável rapidez.
Oposição responsável e administração competente. Que assim seja!

Rompimento
Aliás, para que uma administração seja competente ela precisa além de toda capacidade técnica, coragem.
Dificilmente algum servidor que tenha o “rabo preso” terá iniciativas que fujam do trivial, do feijão com arroz. O medo de ser questionado pelo Ministério Público, por exemplo, é um sentimento que se encontra com facilidade nos corredores de qualquer prefeitura municipal.
Pois bem, a notícia de que o paço municipal poderá suscitar a caducidade do contrato com a Racli, empresa responsável pela coleta de lixo, é alvissareira.
É isso que se espera de um gestor competente: a coragem para tomar atitudes que privilegiem a população e não a empresa que não cumpre com o que lhe é determinado contratualmente.
Soratto tem o passado limpo e isso o permite tomar decisões corajosas. Romper contrato com qualquer empresa sempre será um desafio ao gestor público, mas é um instrumento legal e, em certos casos, necessário.

Rompimento II
Já com relação ao transporte público da cidade, me lembro bem de ler a renovação da licitação que era celebrada pela gestão anterior e ficar horrorizado com o que estava por vir.
Era uma composição que fatalmente o cidadão tubaronense iria sentir em pouco tempo. Fazia referência, vejam só que ousadia, a veículos biarticulados, como se fosse possível transitar nas estreitas ruas da nossa cidade com ônibus daquela grandeza.
O que se lia no documento era justamente o contrário do que precisávamos. Um verdadeiro descaso, para não chamar de coisa pior.
Se o prefeito Soratto estudar com lupa os regramentos que estão hoje em vigor, não tenho dúvidas, não será só a empresa do lixo que terá o contrato rescindido.

Lindeza
Quando a pessoa é querida, competente, corre maratonas, transforma a vida das pessoas dando mais saúde e é bonita desse jeito a gente tem o costume de apertar a bochecha e dizer: “lindeza do primo”...
Ela não é prima, mas é como se fosse. Ivanzinho, o verdadeiro primo, tirou a sorte grande.
Fiquem com o sorriso da Duda e a sua lindeza.

Outra vez
Mais uma vez a comercialização de moluscos cultivados na Grande Florianópolis foi proibida. Desta vez, o motivo foi a detectação de níveis altos de ácido ocadaico. Esta toxina é produzida por um grupo de microalgas conhecidas como dinoflagelados. Os mexilhões, ao se alimentarem dessas microalgas, acumulam a toxina em sua glândula digestiva, desencadeando a síndrome ou envenenamento diarreico por moluscos no ser humano.
Os sintomas se apresentam em torno de 30 minutos após o consumo do molusco contaminado, variando entre náuseas, dores abdominais, vômitos e diarreia.

 

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