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Vidas e patrimônios rio abaixo, novamente?

Artigo

24/03/2025 06:00|Por Maurício da Silva - Membro da Comissão organizadora dos Seminários

No dia 24 de março de 2025 faz 51 anos da inundação que destruiu a cidade de Tubarão, desabrigou 65 mil pessoas, ceifou a vida de 199 e causou prejuízos de 2 bilhões de dólares, segundo estudos da Unisul.

Para evitar que mais vidas e patrimônios sejam tragados, novamente, pelas águas - o rio está assoreado, o adensamento populacional é maior e os eventos climáticos extremos estão cada vez mais frequentes -, diversas entidades promovem seminários, em todos os 24 de março, desde 2008.

 Estes seminários, em cumprimento à Lei Municipal Nº 3289/ 2009:

a) Estão ancorados em três eixos: Memória (manter aquela tragédia na memória coletiva é crucial para evitar que outra ocorra); Prevenção (os sistemas de alerta e o desassoreamento do rio constituem investimentos prioritários e outros são necessários); e Reação eficiente (caso o rio transborde, cada tubaronense deve saber o que fazer – Plano de Contingências).

b) Foram decisivos para que o governo do Estado investisse, em 2013, cerca de 3 milhões de reais nos projetos para redragar o rio. 

O grande problema é que estes projetos estão desatualizados e diversas incursões foram feitas, junto ao governo do Estado, para atualizá-los, mas, até agora, infrutíferas. 

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Fez parte destes esforços envio de requerimentos pela Câmara de Vereadores, reuniões com membros do governo e Audiência Pública na Assembleia Legislativa com a bancada de deputados estaduais do Sul de Santa Catarina, secretários do governo do Estado (Casa Civil, Meio Ambiente, Proteção e Defesa Civil e Infraestrutura) e lideranças de todos os seguimentos de Tubarão. 

Novamente, no “XV Seminário, 50 Anos Da Enchente De 1974”, ocorrido no dia 25 de março de 2024, a imprescindível atualização dos Projetos foi abordada pelos técnicos do governo do Estado, mas nada está concluído.

Recursos para “enfrentar enchentes” em Santa Catarina são noticiados, mas Tubarão é ignorado.

 Vidas e patrimônios perdidos nas enchentes de 1974 e anteriores foram consideradas fatalidades porque haviam poucas informações naquelas épocas. Se acontecer novamente, será considerada gravíssima e criminosa omissão, pois tantos são os alertas da ciência e do rio (levou casas no KM 60 em 2022 e transbordou no Centro em 2023) e tecnologias e recursos que permitem prevenção e redução de danos.

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