Para o Sindicato das Indústrias de Arroz de Santa Catarina (SindArroz-SC), a instabilidade compromete estoques
A redução nos preços do arroz, impulsionada pela maior oferta interna e pelas oscilações do mercado internacional, preocupa o setor orizícola. Para o Sindicato das Indústrias de Arroz de Santa Catarina (SindArroz-SC), a instabilidade compromete estoques, margens das indústrias e pode até afetar a próxima safra.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira chegou a 12,3 milhões de toneladas neste ano, acima das 11,7 milhões previstas. O mesmo cenário de superoferta se repete no Mercosul, onde a colheita ultrapassou 17 milhões de toneladas, acima da expectativa de 16,5 milhões.
De acordo com o presidente do SindArroz-SC, Walmir Rampinelli, e da Abiarroz, Renato Franzner, a abundância de arroz elevou os estoques e coincidiu com queda no consumo, sobretudo entre os jovens. A concorrência da Índia e dos Estados Unidos, aliada ao câmbio desfavorável, também reduziu a competitividade brasileira no exterior, derrubando o preço interno para cerca de R$ 60 a saca de 50 kg em algumas semanas.
A semeadura da nova safra começa entre agosto e setembro, mas o atual cenário pode desestimular investimentos. Rampinelli alerta que os produtores tendem a cortar custos com insumos, o que pode afetar a qualidade e a produtividade.
Caminhos
As indústrias vivem entre a pressão de produtores e varejo. Com margens apertadas, buscam equilíbrio. “Queremos preços justos, sem oscilações extremas. Hoje operamos com baixo resultado, mas acreditamos em recuperação”, afirma Rampinelli.
Para Franzner, há duas alternativas: ampliar exportações, por meio do programa Brazilian Rice, que já abriu mercados na América Latina e negocia com África e Oriente Médio; ou criar estoques reguladores, com compras governamentais pela Conab.
