Os primeiros dias desta semana foram de alívio para três famílias que tinham entes queridos internados na UTI Covid, em especial para a família de Gilmar Wenz, de 36 anos. O tubaronense deixou o setor na terça-feira e foi recebido com a notícia de que seu filho Guillermo havia nascido enquanto ele estava em tratamento.
Sua esposa Tayse estava grávida de sete meses quando ele chegou ao Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC). O quadro clínico grave o colocou logo na UTI, com 90% de acometimento dos pulmões, causado pela covid-19. Foram mais de 30 dias no setor. “Foram muitas orações. Sabíamos do quadro grave. Inclusive, chegamos a ser comunicados do agravamento dele e fizemos uma visita presencial. Mesmo assim, não perdemos a esperança”, diz a mãe emocionada.
A irmã Taize Wenz diz que acredita que o fato dele saber que seria pai o ajudou a lutar pela vida. “Guillermo nasceu saudável no dia 8 de abril. Mandávamos vários áudios falando para ele do nascimento do bebê. Que ele precisava resistir, porque tinha muita gente o esperando em casa”, diz a irmã. E Gilmar resistiu, mesmo com quadro complicado, somando a uma diabetes do tipo I, que o levou a ter complicações renais.
Na terça-feira, Gilmar deixou a terapia intensiva e foi para leito de enfermaria, onde agora fica alguns dias em observação. “Logo ele estará indo para casa para conhecer o Guillermo e retomar seus planos”, diz a irmã.
Superação também para Eliege e Maria
Além de Gilmar, no mesmo dia, outras duas pacientes tiveram alta da UTI Covid do HNSC. Eliege Serafim Pires, de 53 anos, é moradora de Imbituba e ficou 20 na UTI. Neste período, além do quadro grave da doença que abalou muito a família, ela perdeu a mãe também para a covid-19, e nem ficou sabendo, pois já estava intubada.
Uma dor inexplicável para as filhas Thaiany e Thaynara. De acordo com elas, todas moravam na mesma casa. Elas contam que foram muitas orações, envios de áudios e vídeos para os profissionais para que colocassem para mãe, na esperança de melhora. E isso aconteceu. “Hoje é um dia muito especial. Estar aqui podendo recebê-la é uma bênção”, diz Thaiany.
Maria Helena Constante, 51 anos, de Tubarão, também pode comemorar sua alta da terapia intensiva com a filha Emely Constante da Silva e os irmãos Maria e Edson. Ela está internada há 20 dias no HNSC, destes, 13 em ventilação mecânica. Segundo a filha, o companheiro de Maria Helena também deu entrada no hospital no mesmo dia, e ainda permanece na UTI. “Estávamos muito preocupados, pois ela tem asma. Mas graças a Deus deu tudo certo e ela reagiu ao tratamento”, diz a filha.