Projeto é voltado a estudantes da rede municipal de ensino e vai até 17 de junho
A Escola de Educação Básica José Cardoso de Aguiar, no bairro Várzea das Canoas, em Gravatal, deu início ao minicurso Cinema de Guerrilha, voltado a estudantes da rede pública do município. Totalmente gratuito, o curso segue até 17 de junho e oferece uma formação introdutória em cinema de baixo orçamento, com carga horária total de seis horas, divididas em quatro módulos.
Além do conteúdo técnico, os alunos irão desenvolver e gravar um curta-metragem, colocando em prática os conhecimentos adquiridos nas oficinas. A iniciativa tem como objetivo democratizar o acesso à linguagem audiovisual em uma região com poucas opções culturais, ao mesmo tempo em que estimula o senso crítico, a autoestima e o sentimento de pertencimento entre os jovens.
“Queremos mostrar para esses jovens que é possível fazer cinema com poucos recursos, usando o que se tem à mão”, explica o produtor cultural Djin Samsa, um dos idealizadores do projeto. “A ideia é desmitificar o cinema hollywoodiano e valorizar a produção local, com histórias que eles conhecem e vivem”, completa.
O curso é ministrado por Israel Andrade, músico e cineasta lagunense, autor de oito filmes, incluindo os premiados “Tem boi na trilha” e “Onde está a fonte?”. Além de compartilhar sua trajetória, Israel apresenta aos alunos produções próprias como exemplos de um cinema feito com poucos recursos, mas com forte vínculo com o território e a cultura local.
“Queremos despertar nos jovens a ideia de que o cotidiano deles é matéria-prima para o audiovisual. Que o sotaque, as brincadeiras, a comida, o jeito de viver são histórias que merecem ser registradas”, destaca Djin. Segundo ele, os próprios alunos irão conduzir todas as etapas do curta - do roteiro à produção final.
Inspiração
Mais do que ensinar técnicas, o projeto cumpre também um papel inspirador, ao apresentar a arte e a educação como ferramentas de transformação e acesso a novas possibilidades.
“Como alguém que cresceu em Gravatal com pouco acesso a iniciativas culturais, sei o quanto isso faz diferença. A ideia é plantar a semente de que é possível se profissionalizar na área criativa, mesmo longe dos grandes centros”, reforça o produtor.