Lucas e Gabriel nasceram prematuros, enfrentaram desafios desde cedo e agora foram aprovados juntos para Medicina
A aprovação no vestibular de Medicina da UniSul teve um sabor ainda mais especial para Lucas e Gabriel Cavaler Felisbino, de 18 anos, de Tubarão. Os irmãos gêmeos, conhecidos pela cumplicidade e pela ligação inseparável, foram aprovados juntos e agora iniciam mais uma etapa da vida lado a lado.
A trajetória dos dois sempre foi marcada pela união. Nascidos com apenas seis meses de gestação e pesando menos de um quilo, Lucas e Gabriel venceram desde cedo grandes desafios.
Em 2014, aos sete anos, sofreram com os pais um grave acidente de carro. Lucas ficou em estado grave e precisou de longa internação, período em que o irmão, mesmo de casa, parecia sentir a mesma dor.
No ano passado, Lucas decidiu fazer o vestibular como experiência, enquanto Gabriel optou por esperar mais um ano. “Quando ele passou e eu não tinha feito, fiquei bravo por não ter tentado”, lembra Gabriel, rindo. Desta vez, ambos se inscreveram, e o resultado não poderia ser outro: os dois foram aprovados.
Para Lucas, a conquista é ainda mais significativa por poder continuar estudando com o irmão. “A gente funciona muito igual. Quando ele passou e eu não tinha passado, não fiquei triste, fiquei bravo de ele ter passado e eu não ter feito”, brinca. “Estamos acostumados a ter sempre a companhia um do outro. Ir sozinho para algum lugar seria muito estranho”.
Gabriel reforça o mesmo sentimento. “É sempre bom ter alguém para fazer as coisas junto. Quando ele não está, parece que falta alguma coisa. Passar para o mesmo curso é saber que vamos seguir mais uma fase da vida juntos”.
Coração de mãe
A mãe, Andréa Cavaler Felisbino, diz que o coração de mãe de gêmeos só fica completo quando ambos vencem juntos. “Eles sempre tiveram uma ligação incrível. Quando um está triste, o outro sente. Sempre tentei respeitar as individualidades de cada um, mas é inevitável tratar como um só em muitos momentos”, conta, emocionada. Andréa revela ainda que o sonho de ser médico sempre foi mais forte em Lucas, enquanto Gabriel demorou um pouco mais a decidir. “Acho que o irmão acabou ajudando nessa escolha, principalmente para continuarem juntos. Nós, como pais, nunca quisemos influenciar, mas no fundo torcíamos para que estivessem na mesma cidade, na mesma universidade. Assim, continuam sendo o apoio um do outro, como sempre foram”.