A Petrobras anunciou ontem um novo aumento dos preços da gasolina e do diesel que são cobrados em suas refinarias. No caso da gasolina, o aumento é o sexto do ano, e o preço médio do litro passará de R$ 2,60 para R$ 2,84 nas refinarias, uma alta de cerca de 9,2%. Com isso, os combustíveis já aumentaram aproximadamente 50% somente este ano.
Para o litro do diesel, o reajuste anunciado é de R$ 2,71 para R$ 2,86, um encarecimento de cerca de 5,5%. No caso desse combustível, o aumento é o quinto do ano.
O último reajuste havia sido anunciado pela Petrobras em 1° de março e, antes disso, houve aumentos em 18 de fevereiro, 8 de fevereiro, 26 de janeiro e 18 de janeiro, dia em que apenas o preço da gasolina foi reajustado. No fim do ano passado, o litro de combustível custava R$ 1,84 nas refinarias, R$ 1 a menos que o preço alcançado hoje.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Minerais de Florianópolis (Sindópolis), Joel Fernandes, o novo aumento, que agora tem sido praticamente semanal, vai fazer com que muito em breve os preços da gasolina ao consumidor cheguem à casa dos R$ 6. “Com mais este aumento, o litro já pode chegar a algo em torno de R$ 5,50 nos postos”, avalia. “É um absurdo e, infelizmente, não há o que possamos fazer. Somente o governo poderia, já que é quem comanda a Petrobras e os impostos”, lamenta.
Mercado internacional influencia nos preços
A política de preços da Petrobras busca o alinhamento do preço das refinarias ao do mercado internacional, o que também torna o preço sensível ao valor do real perante o dólar, moeda em que as negociações ocorrem no exterior.
Segundo a estatal, manter esse alinhamento é fundamental para garantir que o mercado brasileiro seja suprido sem risco de desabastecimento.
A empresa afirma que, assim como o preço sobe quando há encarecimento no mercado internacional, ele também cai quando a alta da oferta no mundo desvaloriza esses combustíveis.
A Petrobras destaca ainda que essas variações do mercado internacional e do câmbio “têm influência limitada” no preço final que os consumidores encontram nos postos de combustíveis.
“Até chegar ao consumidor, são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis”.