Professora ressalta o compromisso com a memória da resistência histórica dos negros, além dos desafios e conquistas
Um marco para a valorização da história, cultura e luta do povo negro. Assim será celebrado, pela primeira vez, nesta quarta-feira, dia 20, o novo feriado nacional: Dia da Consciência Negra. A data, em homenagem a Zumbi dos Palmares, já era celebrada antes de virar feriado e é um momento de reflexão sobre o legado da escravidão, as desigualdades e os caminhos para uma sociedade mais justa e igualitária.
Para a professora Taís Bernardo, de 33 anos, de Capivari de Baixo, a data reafirma o compromisso com a memória da resistência histórica do povo negro. “Para a população negra, a data representa a luta pela liberdade, pela justiça e pela igualdade de direitos, e é uma oportunidade para refletir sobre as conquistas e os desafios ainda presentes na sociedade”, diz.
Ela acredita que a oficialização como feriado nacional marca um passo importante para o reconhecimento da luta contra o racismo e a valorização da cultura e história afrobrasileira. “Esse primeiro ano de feriado nacional é um marco para refletirmos sobre o significado da data, suas origens e seus impactos na sociedade”, avalia Taís.
Discriminação, preconceito, desigualdades, entre outros pontos, são temas amplamente discutidos e vários projetos são desenvolvidos em setores como educação, política e até no cotidiano. Para Taís, debater estes pontos na escola é essencial, já que é em sala de aula que se formam pessoas mais empáticas e preocupadas com o futuro do país e com o próximo.
“Trabalhar questões de racismo e de igualdade racial com os alunos é importante, especialmente no contexto educacional, onde se pode moldar a formação de cidadãos mais conscientes, empáticos e comprometidos com uma sociedade mais justa e inclusiva”, ressalta.
Reflexão
Segundo Taís, as unidades escolares desenvolvem projetos e debates sobre a consciência negra para promover uma reflexão aprofundada entre estudantes. “Através do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, realizamos projetos e rodas de conversa e debates, em que os alunos possam expressar suas opiniões, ouvir os outros e refletir sobre suas próprias atitudes e preconceitos”, afirma a docente.
Combate ao preconceito deve ser persistente
Taís acredita que, atualmente, há avanços significativos em termos de conscientização, políticas públicas e até em mudanças de atitudes, porém, ainda há discriminação de forma “disfarçada”, velada. “O preconceito racial continua a ser uma questão profunda e persistente em muitas sociedades, incluindo no Brasil. A ideia de que o racismo diminuiu pode ser enganosa, porque muitas vezes as manifestações mais abertas e explícitas de preconceito são substituídas de forma sutil, que também precisam ser combatidas”, explica.