Este Dia das Mães para Tatiane Barbosa Policarpo, 36 anos, de Tubarão, terá um significado ainda maior: ela praticamente nasceu de novo junto com seu filho recém-nascido. Ela teve covid-19 e, com o agravamento de seu quadro, precisou realizar o parto antes do prazo. Agora, passadas as dificuldades, mãe e filho passam bem.
Aliás, algumas datas neste ano têm bastante significado para ela e sua família. Tatiane teve os primeiros sintomas da covid-19 no dia 8 de março - Dia Internacional da Mulher -, quando ela e o marido, Osmar, se sentiram mal. Fizeram o teste e deu positivo. Ela estava com 32 semanas de gestação, na época.
“Mas meu marido estava com sintomas mais fortes que eu no início. Ele melhorou e eu só fui piorar quatro dias depois - tive febre e fraqueza. No sábado, dia 13 de março, acabei precisando ser internada no Hospital Nossa Senhora da Conceição e, na segunda seguinte, dia 15, com 33 semanas de gestação, foi feito o parto do meu filho porque eu necessitaria de intubação. Só neste momento vi meu bebê, na hora do parto, e depois só quando tive alta da UTI, mais de 20 dias depois”, conta.
Guilherme nasceu saudável, apesar de prematuro, e não precisou sequer ir para a UTI neo-natal. Após um período, inclusive, ele pôde ir para a casa com o pai. Um dia após o parto, porém, Tatiane foi intubada, permanecendo assim por duas semanas. “Fiquei 18 dias na UTI, sendo 15 sedada com intubação. Quando acordei, não sabia onde estava, porque me recordava que não havia vagas aqui no hospital e que pacientes estavam sendo transferidos para outras cidades. Então, o que eu mais queria saber era onde estava meu filho”, lembra. Mas Tatiane não precisou ser transferida e ficou no HNSC durante todo o tempo.
“Nasci de novo junto com meu filho”
No domingo de Páscoa, ela teve alta da UTI e foi para o quarto, onde permaneceu por mais seis dias. Foi neste período que ela pôde pegar seu filho no colo e, finalmente, amamentá-lo. “Saí da ala covid e meu marido trouxe nosso bebê, que ficou comigo três dias até eu ter alta do hospital. Na UTI, como eu estava sem poder amamentar, tive febre e me deram um remédio para cessar meu leite. Achei que não poderia dar de mamar ao meu filho, mas assim que o tive nos braços, meu leite voltou e foi uma emoção indescritível. Certamente, ali eu vi que tinha nascido de novo, junto com ele”, comemora.
Data terá significado ainda mais especial
Tatiane Barbosa Policarpo teve alta do Hospital Nossa Senhora da Conceição há pouco menos de um mês e já poderá comemorar o Dia das Mães com seu bebê, Guilherme, e com o filho mais velho, Lucas. “Certamente, este dia terá um significado ainda mais especial do que já tinha. Estarei com meus filhos depois de ter vencido esta doença tão terrível. Senti muito medo de não tê-los mais comigo”, diz.
Ela conta que uma das coisas que mais a ajudou a se recuperar e a ser forte para vencer a covid-19 foi justamente a proximidade que pôde ter com sua família através de uma ação feita pelo HNSC. “Eles fizeram algo muito importante. Quando já tinha sido extubada, me trouxeram fotos da minha família e também áudios enviados pelo meu marido e pelo meu filho, Lucas. Isso, com certeza, me fortaleceu muito”, afirma. “Tudo o que eu mais queria era voltar logo para casa junto deles”, completa.
Agora, já em recuperação e em casa com seu marido e seus dois filhos, Tatiane diz que só tem a agradecer. Ela também comemora por estar podendo amamentar seu bebê. “Eu precisei parar um tempo, quando voltei para casa, para me recuperar melhor e me fortalecer, pois estava fraca. Mal podia caminhar. Mas a ideia de não poder amamentar o Guilherme me doía bastante. Amamentei o Lucas até os dois anos e queria o mesmo para o mais novo. Alguns dias, já mais forte, meu leite voltou e agora posso amamentá-lo novamente”.
Para as mães que estão passando pela mesma situação de Tatiane, ela diz que o mais importante é não perder a fé e a esperança, que elas irão vencer.