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Complexo Jorge Lacerda traz segurança energética ao país

Diamante planeja transição até 2040 e mantém economia regional aquecida

28/08/2025 06:00|Por Redação

A maior termelétrica a carvão da América Latina segue em operação por mais 15 anos. Com a renovação do Contrato de Energia de Reserva (CER), assinada neste ano, o Complexo Jorge Lacerda, localizado em Capivari de Baixo, tem agora horizonte garantido até 2040: um fôlego extra para reorganizar o setor, planejar a transição energética e garantir a segurança do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Mais do que uma decisão econômica, a extensão do contrato reafirma a importância de manter fontes firmes de energia em funcionamento. Isso porque, mesmo com os avanços das energias renováveis, como solar, eólica e hidrelétrica, o Brasil ainda enfrenta períodos de escassez de sol, vento e chuva. É nesse cenário que entram em cena as térmicas: como uma espécie de “backup confiável” do sistema elétrico nacional.

Estratégia 

Segundo o diretor de Operações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Christiano Vieira da Silva, a utilização da energia termoelétrica segue estratégica. “Hoje, a tendência é que as térmicas como Jorge Lacerda operem principalmente nos horários de maior demanda, que são entre 18h e 22h, mas em períodos críticos, como estamos vivendo no Sul por causa da falta de chuvas, elas são acionadas 24 horas por dia. É uma medida que garante segurança energética e hídrica, permitindo preservar os reservatórios das hidrelétricas”, explica.

O ONS é responsável por coordenar a geração e a transmissão de energia em mais de 170 mil quilômetros de linhas por todo o Brasil. Cada usina que injeta energia nessa malha nacional cumpre um papel essencial na estabilidade do sistema e a Jorge Lacerda segue entre elas.

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Transição com planejamento

Com o novo contrato, a Diamante Energia, empresa responsável pela operação do Complexo Jorge Lacerda, passa a ter mais tempo para organizar a transição energética na região. 

O CEO Pedro Litsek destaca que o compromisso agora é duplo: garantir o fornecimento de energia no presente e preparar o futuro.

“Temos a responsabilidade de garantir uma transição energética justa e planejada. Os próximos 15 anos serão essenciais para construir esse caminho. Esse tempo é uma oportunidade para a transformação”, afirma.

O setor carbonífero de Santa Catarina envolve diretamente mais de 21 mil empregos e movimenta cerca de R$ 6 bilhões por ano. 

Por isso, a renovação do contrato foi celebrada também como uma vitória para a economia regional. 

Para a presidente do Siecesc-Carvão+, Astrid Barato, a prorrogação do funcionamento da usina representa mais do que continuidade, representa oportunidade.

“Com esse prazo, temos condições de estudar modelos de economia de baixo carbono, repensar práticas, inovar. É um tempo que nos permite evoluir de forma sustentável e responsável, tanto para o setor quanto para a economia catarinense”, afirma.

 


Segurança para os municípios

A decisão também trouxe alívio para os municípios da região, onde o Complexo Jorge Lacerda representa emprego, arrecadação e desenvolvimento. 

O prefeito de Tubarão e presidente da Amurel, Estêner Soratto, destaca a importância da renovação. “Manter a usina funcionando é essencial para dar segurança à região e ao estado. Temos que usar esse tempo para atrair novas possibilidades energéticas e econômicas, sempre com planejamento e responsabilidade”, avalia.

O prefeito de Capivari de Baixo, cidade sede do Complexo, também se mostra confiante com o novo cenário. 

“Essa prorrogação nos dá tranquilidade para pensar o futuro. Com diálogo entre setor privado e poder público, acredito que vamos além de 2040, com segurança, emprego e energia para o Brasil e para o mundo”, afirma Claudir Antônio de Bitencourt.

Decisão estratégica e garantia

A renovação do contrato até 2040 não é apenas uma prorrogação de atividades. É, acima de tudo, uma decisão estratégica para garantir que o país não fique no escuro. Com fontes intermitentes, como o sol e o vento, e reservatórios em baixa, as termelétricas seguem sendo o “plano B” que sustenta o sistema quando o “plano A” falha. São mais 15 anos de fôlego para impulsionar pesquisas, projetar alternativas de fontes e pensar numa transformação do carvão. Mas é também a segurança energética do Brasil, pois são as térmicas que, na intermitência das fontes, são acionadas para que ninguém fique sem luz.

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