Dispositivos com nicotina preocupam profissionais de saúde no estado
No ano de 2024, 14.444 pessoas procuraram tratamento para parar de fumar pelo SUS em Santa Catarina. Desses, 11.005 pessoas tinham de 18 a 60 anos, seguidos de 3.334 idosos acima de 60 anos, e 105 jovens com menos de 18 anos de idade. Do total, 7.653 pessoas aderiram ao tratamento. Mas apenas 5.422 ficaram abstinentes, ou seja, pararam de fumar.
“No estado, a estimativa de fumantes com 18 anos ou mais é de 17,7% entre homens e 10,6% entre as mulheres. Se você deseja tratamento para cessação do tabagismo, procure a Secretaria de Saúde de seu município e informe-se sobre qual unidade de saúde mais próxima de sua residência tem disponível o Programa de Controle do Tabagismo oferecido pelo SUS”, destaca Adriana Elias, enfermeira e coordenadora estadual de Controle do Tabagismo.
Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) e da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) apontam uma tendência de redução no número de fumantes, mas com aumento preocupante no uso de cigarros eletrônicos entre jovens. Estudos recentes indicam que os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), como os cigarros eletrônicos, contêm substâncias tóxicas, metais pesados e compostos cancerígenos. Além disso, são altamente eficazes em induzir e manter a dependência da nicotina. A suavidade do discurso em torno desses produtos esconde um grave risco à saúde pública, especialmente pelo apelo entre adolescentes, destaca a Secretaria de Saúde de SC.
Controle
Nos últimos 20 anos, o Brasil consolidou avanços relevantes no controle do tabaco, incluindo a adoção de ambientes livres de fumo, a ampliação das advertências sanitárias nas embalagens de produtos do tabaco e nos pontos de venda, a expansão do programa para cessação do tabagismo no SUS e o monitoramento epidemiológico contínuo. Mas os desafios continuam, como os baixos preços dos cigarros convencionais, o comércio ilegal de produtos de tabaco, a comercialização de produtos de tabaco contendo aditivos, saborizantes e a publicidade em mídias digitais, entre outros.
As doenças associadas ao tabagismo são o câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares — que geram um elevado custo humano, social e econômico. “Trata-se de uma dependência que ultrapassa o aspecto físico, afetando também o bem-estar emocional, as relações sociais e a qualidade de vida do indivíduo”, explica Adriana Elias.
“Proteger a saúde da população, especialmente das futuras gerações, é uma missão coletiva. A luta contra o tabagismo é, antes de tudo, uma luta pela vida. E ela começa com informação, atitude e políticas públicas eficazes”, reforça a Secretaria.
Atendimento especializado nos municípios
Em Santa Catarina, cerca de 84% dos municípios oferecem grupos de apoio e tratamento individualizado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) também atendem pacientes que apresentam comorbidades associadas ao uso do tabaco, como ansiedade e depressão. Além disso, há também atendimento especializado para pacientes internados em hospitais que implantaram o Programa Nacional de Controle do Tabagismo.
Para saber os pontos de atendimento mais próximos, entre em contato com a Secretaria de Saúde do seu município.