Maurício da Silva
Presidente da Fundação de Educação de Tubarão
Parece contraditório retomar as aulas presenciais em meio à pandemia, mas é absolutamente necessário, segundo o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), a ONG “Todos pela Educação” e médicos, com os cuidados necessários, como abaixo:
1) Na escola, com os protocolos, alunos, professores e demais funcionários estarão mais protegidos do que em ambientes desprovidos destas providências. Por meio de carta, 400 pediatras informam que “as crianças são menos propensas a desenvolver a forma grave da covid-19 e não são, como se pensava no início, grandes transmissoras do vírus”.
2) O prolongado afastamento da escola causou graves prejuízos para as crianças, principalmente as mais pobres:
a) O elogiável esforço dos professores, diretores de escola e funcionários para prosseguirem as aulas, na forma remota, minimizou mas não eliminou os prejuízos na aprendizagem. Nada substitui a mediação pessoal do professor;
b) Alunos estão com a saúde emocional profundamente abalada: insônia (devido à sua maior exposição nas telas do celular ou computador), obesidade e efeitos decorrentes (devido à pouca movimentação), ansiedade, dificuldade de concentração, depressão, agressividade e outros;
c) Muitas crianças perderam duas proteções básicas: a alimentar (sem escola, não houve merenda – em Tubarão, a prefeitura, por meio da Fundação Municipal de Educação, distribuiu, mensalmente, fartas cestas básicas) e a física (na escola, os professores leem sinais de violência e outros abusos).
Por todos estes motivos, a Rede Municipal de Ensino de Tubarão contratou professores temporários e capacitou, durante uma semana, todos os diretores de escola, professores, secretários, serventes, merendeiras e motoristas para colocar em prática os quatro planos elaborados (de preparação interna e externa das Escolas, de Gestão de Pessoas, de Ensino e de Contingência).
Cada escola, com representativa comissão escolar e com base nas diretrizes estadual e municipal, elaborou um Plano de Contingência, conforme síntese abaixo:
1. NA ENTRADA DAS ESCOLAS:
a) Tapetes para higienização dos calçados e álcool em gel para as mãos;
b) Medição da temperatura de todos os alunos, professores e funcionários. Se alguém tiver temperatura igual ou superior a 37,8º, será isolado e a família será orientada pela Fundação Municipal de Saúde. Se houver sintomas de covid, a turma toda será testada.
c) Máscara para todos acima de três anos de idade.
2. NA SALA DE AULA: Distanciamento entre alunos de 1,5 metro. Quando for impossível, haverá aulas híbridas (metade dos alunos da turma, numa semana, estuda na sala de aula; outra metade, em casa, no virtual. Na semana seguinte, revezam).
3. No RECREIO, turmas em horários diferentes, para garantir o distanciamento e a higienização dos refeitórios, banheiros e demais ambientes.
4. PROFESSORES, SERVENTES E MERENDEIRAS com avental de proteção.
5. SALAS DE AULA higienizadas a cada troca de turma.
6. ALUNOS E PROFESSORES que comprovadamente fazem parte do grupo de risco estudarão e trabalharão apenas na forma virtual.
No dia 28 de janeiro de 2021, enviamos carta para todos os diretores de escola, professores, pais e alunos com informações. Posteriormente, outra carta e uma ‘live’ para esclarecer dúvidas.
Ouvimos a medicina para fechar as escolas em março de 2020 e para abri-las no dia 18 de fevereiro de 2021; e para fechá-las novamente, se necessário.
É tempo de muita informação, paciência e empatia, e de nenhum egoísmo, para que possamos fazer, juntos, a difícil, mas necessária, travessia rumo ao futuro promissor das nossas crianças.
Bem-vindos ao atípico ano letivo 2021!