Possível mudança pegou comunidade de surpresa, em Gravatal. Comissão foi montada
Professores, funcionários, alunos e comunidade da escola estadual Geraldina Maria Tavares, de Gravatal, foram pegos de surpresa na última semana com a possível municipalização da unidade escolar.
Segundo a representante do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de SC (Sinte Tubarão), Tânia Fogaça, o sindicato recebeu a denúncia de que uma reunião entre professores efetivos com membros da Coordenadoria Regional de Educação (CRE) teria ocorrido para falar da municipalização.
Com isso, a escola deixaria de ser de responsabilidade do Estado e passaria a ser do município. Assim, alunos dos anos finais (6º ao 9º ano) seriam remanejados para outras escolas, e os dos anos iniciais (1º ao 5º ano) ficariam com o município. Quanto aos docentes, afirma ela, seriam remanejados para outras unidades escolares. “Os professores entraram em contato com o Sinte, indignados com a informação e com a forma com que o assunto estava sendo tratado”, ressalta.
A ameaça é de muito tempo, segundo Tânia, e o Sinte visitou a unidade escolar no meio do ano para alertar sobre a municipalização. “Já se falava em levar os alunos para a escola Antônio Knabben. Além disso, durante o período eleitoral, todos os candidatos foram questionados sobre esta questão”, explica.
Direito
“Aquela comunidade, que paga os impostos para manter o ensino gratuito e de qualidade em uma escola em que seu filho se sente bem, vai ser privada desse direito de escolha. Só vai ter o dever de pagar imposto, mas não vai ter o direito de escolher o que é melhor para o aluno, a família. Essa é a nossa indignação”, acrescenta Tânia.
Desrespeito
De acordo com Tânia Fogaça, do Sinte, isso é um desrespeito com a comunidade escolar. “Não sei se teve reunião com os pais ou não, se a comunidade foi ouvida. Mas quando a pessoa coloca o filho em determinada escola e, de repente, já está lá há muitos anos, é porque confia no trabalho que é feito lá. E agora, vai para onde? Se tenho a liberdade de escolher uma escola que me agrada e que meu filho se sente bem, e que está aprendendo e se desenvolvendo, por que ele tem que mudar?”, indaga.
Comissão é formada para tratar sobre mudança
Na última quinta-feira, uma comissão foi formada para definir ações, que começariam a ser tomadas a partir da sexta-feira, dia 1º.
“Ocorreu uma reunião na escola com representantes dos pais, professores ativos, aposentados, Câmara de Vereadores e diretores do Sinte Tubarão”, explica Tânia Fogaça.
A comissão, inclusive, já esteve com o prefeito de Gravatal, Clei Rodrigues, para tratar sobre o assunto. “Conversamos com ele e é importante que todos saibam que não tem nada assinado ainda.
Prefeitura
O vereador Douglas Berola sugeriu ao prefeito que ouvisse os pais e profissionais da educação antes de tomar qualquer decisão. O prefeito afirmou que tem interesse, sim, na municipalização, mas que vai pensar uma forma de ouvir os pais e professores”, disse Wanessa Santos, mãe de aluno e membra da comissão.