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RAMIRES LINHARES

16/06/2025 06:00

Sombras na parede

Bom dia, boa tarde, boa noite, conforme a ocasião!

Cena comum hoje em dia, que eu e você, meu leitor, minha leitora, podemos nos deparar em qualquer lugar, como numa praça, por exemplo. O lugar onde as crianças poderiam estar pulando, brincando, rolando na grama, acolhe meninos e meninas vidrados no celular, fones nos ouvidos, dedilhando a tela com a urgência de quem corre para lugar nenhum. Ao redor deles, jovens, adultos, idosos fazem o mesmo. Ninguém se olha. Todos hipnotizados por retângulos de luz. 

Quando vejo esta cena, lembro-me de uma história muito mais antiga do que qualquer celular: o Mito da Caverna, de Platão. Imagino que estamos todos acorrentados no fundo de uma caverna, desde sempre. À nossa frente, uma parede. Atrás de nós, um fogo que projeta sombras de objetos carregados por outros, que não vemos, ao longo de um caminho. Essas sombras, frágeis e distorcidas, são tudo o que conhecemos do mundo. Acreditamos que são a realidade. Acreditamos que o som da corrente é música, que a sombra da árvore é uma floresta.

Até que chega um dia em que alguém se solta das correntes. Dói. A luz queima. Os olhos demoram a se acostumar. Mas, aos poucos, ele vê: as sombras não eram a verdade, só reflexos malfeitos. Ele sobe à superfície e encontra o sol, as cores, o real. E então, com o coração apertado de quem ama os que deixou, decide voltar à caverna para libertar os outros. Mas eles não querem ouvir. Na verdade, o chamam de louco, riem dele, defendem suas sombras com a fúria de quem protege um lar.

Voltando aos nossos dias, vendo novamente os garotos que sequer enxergam quem passa, sequer ouvem os sons das praças, por causa dos fones, chego à conclusão de que, hoje, todos temos nossas próprias cavernas. 

A tela que brilha, o feed infinito, os filtros que embelezam até a solidão. Mas será que, às vezes, não confundimos o brilho da tela com o brilho do sol?

Platão escreveu o mito há mais de dois mil anos, sem saber que um dia carregaríamos as cavernas no bolso. A pergunta, porém, permanece: estamos dispostos a sair?

E, mais importante: se sairmos, teremos coragem de voltar e dizer aos outros que há um mundo lá fora, mesmo sabendo que podem rir de nós?

Enquanto isso, as sombras continuam dançando na parede. E nós seguimos assistindo, confortáveis. Afinal, sair da caverna não é só uma questão de abrir os olhos, é uma questão de querer ver.

Mãe
Mãe em 1975: – Vem já para dentro de casa, guri! É todo dia isso, só vive na rua brincando. Vem tomar banho e vai para o seu quarto.
Mãe em 2025: - Vai para a rua brincar, guri! É todo dia isso, só computador, videogame, televisão. Sai um pouco desse quarto.

Droga
- Eu já perdi um amigo por causa da maconha.
- Mas como foi isso?
- Esqueci onde ele estava...

Evolução
O campeão já foi novato.
O empreendedor já foi empregado.
O professor já foi aluno.
O chefe já foi auxiliar.
O sábio já foi ignorante.
Somos processos — sempre buscando aprender, melhorar e evoluir!

Analfabetismo
No Brasil, estamos vendo um fenômeno bem maluco (e bastante perigoso): a gente se digitalizou antes de se alfabetizar. Não falo sobre a alfabetização do saber “ler e escrever”, falo do analfabetismo funcional, aqueles que não conseguem compreender o que leem e escrevem. Ou seja, todo mundo online, dando opinião sobre temas diversos, mas com um déficit altíssimo de interpretação de texto.
 

Oratória
Mais uma turma formada no Curso de Oratória e Comunicação Pessoal promovido pela Associação Empresarial de Tubarão. Foi uma grande satisfação trabalhar com esses jovens cheios de vida e determinação.
 

Senador
Nosso sempre senador Dr. Geraldo Althoff, celebrando idade nova hoje. Parabéns!
 

Casal
Este casal é de uma simpatia e vitalidade que encanta a todos. Renato e Dione Meneghel, sempre de bem com a vida e trocando carinhos. 
 

Celebrando
O vereador Valdir Antunes, que hoje celebra aniversário, recebendo o carinho dos amigos e familiares.


Frase solta, que deveria estar presa:
“Quando o telefone era preso a um fio, as pessoas eram mais livres.”

Diário do Sul
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